Além de estupro de vulnerável, os suspeitos de 43 e 20 anos, respectivamente pai e irmão da adolescente vítima dos abusos, foram indiciados por coação no curso do processo. Segundo a polícia, os homens danificaram o imóvel e residência da tia da menina no Jardim Itamaracá, sendo este o motivo da prisão.
“A tia compareceu na delegacia para prestar depoimento e o pai e irmão dela estavam sendo investigados. No entanto, eles ficaram sabendo por familiares da denúncia e então foram na casa da denunciante. Isso tudo ocorreu na semana anterior e a menina já não estava mais lá, pois tinha sido levada ao hospital. Eles então depredaram o imóvel e danificaram o carro”, comentou ao G1 o delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente (Depca).
Ao saber do fato, a polícia pediu a prisão dos homens e esta foi decretada no último domingo (14). Os policiais saíram então, em pleno Dia dos Pais, na captura dos suspeitos. Eles permanecem à disposição da Justiça. Já a menina teve alta médica nessa terça-feira (16).
Depoimentos sob sigilo
No decorrer da semana, familiares prestam depoimento na delegacia. As informações estão no inquérito, sob segredo de Justiça e existe ainda possibilidade de outras situações de maus-tratos contra a menina.
“A menina ainda não tem previsão de ser ouvida, porém alguns familiares já prestaram depoimento. Temos pontos a serem esclarecidos ainda e, por isso, as oitivas complementares. As informações seguem sob segredo, até mesmo para não haver controvérsias”, afirmou o delegado.
Segundo a assessoria da Santa Casa, a menina saiu do hospital às 14h58 (de MS) de terça-feira (16). Ela deu entrada no dia 9, às 9h56, sendo que passou por “procedimentos de retirada de um objeto estranho, de 2 a 3 centímetros”. Na ocasião, apresentava infecção e sangramento no colo do útero. O material foi levado para perícia.
Entenda o caso
O homem de 43 anos e um jovem de 20 anos foram presos no domingo (14), em Campo Grande, suspeitos de estuprar uma adolescente de 16 anos, que é filha e irmã deles, respectivamente. Eles prestaram depoimento na delegacia na segunda (15) e negaram o crime.
“Ela tinha hemorragia e dores abdominais. Ela disse que passou por um processo de aborto. Os médicos que a atenderam viram que ela tinha corpos estranhos no interior do útero”, disse Lauretto.
A garota disse em depoimento que os materiais seriam restos de um tubo de lubrificante, que foi colocado pelo irmão com ajuda do pai, quando ela tinha 10 anos. “Ela disse que os abusos propriamente ditos seriam nessa época. Ela disse que não chegou à conjugação carnal, mas o pai passava a mão pelo corpo e nas partes íntimas. E diz que ele continuou com essa prática até pouco tempo. Com relação ao irmão, também”, explicou o delegado.
A adolescente ainda ressaltou que perdeu a mãe quando tinha 10 anos e que, depois disso, foi morar com o irmão, que na época tinha 14 anos. “Como o pai morava com outra mulher, ela ficou morando sozinha com o irmão. Então, esse irmão começou os abusos. A menina disse que depois de um certo tempo o pai pediu a guarda dela. Aí ele teria começado a abusar também”, comentou Lauretto.
G1 MS