Prefeito de melhor colocada em pesquisa diz que toca cidade como empresa

Melhor colocada de Mato Grosso do Sul no IFGF (Índice Firjam de Gestão Fiscal), a cidade de Costa Rica, a 305 quilômetros de Campo Grande, tem rigoroso controle de jornada de trabalho dos servidores públicos, equipes pequenas e planejamento estratégico de investimentos. É o que garante o prefeito Waldeli dos Santos Rosa (PR).

“Nós fizemos da prefeitura uma empresa pública. Eu aplico dentro da prefeitura os mesmos critérios que eu aplico nas minhas empresas, principalmente gestão eficiente com pessoal”, afirma o gestor.

A pesquisa é coordenada pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e leva em consideração indicadores de receita própria, gastos com pessoal, investimentos em relação à receita corrente líquida, custo da dívida e liquidez (que verifica se as cidades deixam em caixa recursos suficientes para honrar seus compromissos).

O resultado é um número de zero a um. Costa Rica atingiu 0,8393. O município criado em 1980 tem população estimada em 19.508 habitantes e uma área territorial de 4.164,115 quilômetros quadrados.

Segundo Waldeli, foram os detalhes que colocaram a cidade no topo do ranking. “Temos cerca de 900 funcionários. Equipe pequena com gestão eficiente, funcionários trabalhando oito horas por dia. A prefeitura não fecha ao meio dia. Os servidores trabalham rigorosamente as oito horas, ninguém pode sair fora do horário e com isso consigo trabalhar com equipe menor”.

Isso resulta em uma folha de pagamento menor que faz sobrar mais dinheiro para ser investido em outras áreas, como por exemplo, asfalto. A cidade, segundo o prefeito, deve terminar 2016 cem por cento pavimentada.

Segundo ele, o salário dos funcionários públicos é pago sempre na última sexta-feira do mês. Assim, os trabalhadores conseguem colocar as contas em dia no fim de semana e não precisam se preocupar em fazê-lo durante o expediente. Além disso, há férias coletivas no fim do ano para 80% do efetivo. O restante fica em regime de plantão para não paralisar o serviço público e entra em recesso depois.

“São detalhes que fazem a diferença. A nossa meta é reservar 20% de tudo o que arrecada para investimentos. Temos conseguido cumprir em torno de 18,5%”, explica Waldeli.

O único índice da cidade que ficou abaixo da excelência no ranking foi receita própria, que conforme o gestor decorre do baixo valor de IPTU cobrado dos contribuintes.

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“Cobramos cerca de 0,31% e falta apoio da Câmara para aumentar, enquanto que todos os municípios sul-mato-grossenses cobram 1% sobre a área construída. Então é uma deficiência que eu tento corrigir. Para imóvel em construção cobra-se 0,63%; no resto do estado são 2%”, explica.

Waldeli já foi prefeito de Costa Rica por dois mandatos, de 2001 a 2008, e foi eleito novamente em 2012.

Pesquisa – De modo geral, 81,2% de 69 prefeituras de Mato Grosso do Sul têm situação fiscal difícil ou crítica, ou seja, seus administradores geriram mal os recursos públicos. Nem todos os municípios foram analisados, porque alguns deles não tinham seus balanços anuais disponíveis para consulta ou estavam com as informações inconsistentes até o dia 12 de julho, quando os dados foram tabulados.

Campo Grande ocupou o 39º lugar no ranking estadual, tendo registrado nota zero no quesito liquidez por ter terminado 2015 com mais restos a pagar do que recursos em caixa, tendo o índice recuado 29% frente a 2014.

Fonte: Campo Grande News/ Ricardo Campos Jr