A ressocialização de detentos em Ponta Porã, cidade a 326 km de Campo Grande, passa também pela produção de verduras e legumes para doações. A horta é cultivada no Estabelecimento Penal Masculino de Regimes Semiaberto, Aberto e de Assistência aos Albergados.
Escolas públicas e entidades assistenciais da cidade, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), contam com as doações do trabalho dos detentos para oferecer alimentação equilibrada.
A produção dos legumes e verduras é feita por 13 detentos. Os agentes penitenciários ficam responsáveis por guiar os trabalhos. Os insumos para a horta são doados por colaboradores como a Pastoral Carcerária e Conselho da Comunidade. União que faz muita diferença.
Além de colaborar para uma alimentação saudável, as hortaliças ajudam a diminuir os gastos das instituições, garante a coordenadora pedagógica da Apae. “Tenho 300 pessoas atendidas aqui. Imagina só se eu fosse comprar esse tipo de comida pra todas elas? Então é um dinheiro que eu economizo.”
De acordo com a Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen), a procura por doações de legumes e verduras é grande em todas as cidades que contam com o cultivo em estabelecimentos penais.
O projeto faz parte da lei de execução penal. Para cada três dias trabalhados os detentos têm descontado um dia da pena. “Fazendo isso o preso se sente bem. Ele sabe o que é ajudar alguém. Sem falar que se ele não tiver uma profissão já vai aprender uma”, diz Ailton Stropa, diretor-presidente da Agepen.