Na avaliação do economista e produtor Gilberto Pilecco, mesmo com dados de queda nas exportações brasileiras de arroz apresentados pelo governo, ainda é cedo para dizer que o País está perdendo mercado no cenário internacional. Segundo ele, há ainda outras estatísticas que apontam números mais positivos para a produção local.
“Quanto ao Brasil não ser competitivo, principalmente por condições cambiais, sim, é um complicador. Perder o mercado conquistado é se precipitar nesse momento. Este fato deveria ter ocorrido gradativamente desde 2014, quando o mercado internacional começou a perder valor e baixou entorno de 150 dólares a tonelada, mas isso não ocorreu”, explica o especialista.
Pilecco acrescenta que “não somos nós que estamos vendendo, eles (países importadores) estão nos comprando, e a explicação só tem uma questão de inteligência pela necessidade, terem opções de fornecedores garantidos para o futuro próximo”.
Ele aponta ainda que as exportações em volume de arroz base casca cresceram 13,246% no semestre, quando comparadas com o mesmo período do ano anterior, de acordo com informações do Irga (Instituto Riograndense do Arroz). Foram vendidas 70.673 mil toneladas a mais em 2016, subindo de 533.502 mil toneladas (em 2015) para 603.875 mil toneladas este ano.
“É fato que o Brasil é muito menos competitivo, também é real que tivemos um ano atípico com prejuízos na colheita, mas isso para o produtor. Também gostaria de salientar que o ano comercial para o mercado do arroz inicia-se no mês de março de cada ano. E que no primeiro quadrimestre deste ano as exportações foram 4,689% (19.4 mil toneladas) maiores do que neste mesmo período de 2015”, conclui Pilecco.