Soja: Preços seguem em alta na Bolsa de Chicago e sobem mais de 15 pts nessa manhã de 4ª feira

O mercado da soja na Bolsa de Chicago dá continuidade às boas altas registradas na sessão anterior e sobe mais de 15 pontos na manhã desta quarta-feira (13). Assim, as posições mais negociadas já trabalhavam acima dos US$ 11,00 por bushel, com o agosto/16 valendo US$ 11,18. Os novos ganhos já começaram a aparecer no pregão da madrugada.

Segundo explicam analistas, os traders receberam bem os números apresentados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta terça (12), em seu reporte mensal de oferta e demanda, que indicaram maior demanda pela soja norte-americana – com aumento das exportações e esmagamento – além de estoques globais menores da temporada 2016/17.

Ao mesmo tempo, os futuros da oleaginosa ainda seguem encontrando suporte no clima norte-americano, para o qual as últimas previsões indicam que, nos próximos 6 a 14 dias, o tempo deverá ser mais quente e seco, podendo trazer alguma ameaça à nova temporada norte-americana.

Paralelamente, a atenção ao financeiro continua. Após a forte alta da sessão anterior – de mais de 4% – o petróleo volta a recuar nesta quarta, perdendo pouco mais de 1% em um movimento de realização de lucros. As demais commodities, no entanto, seguem em alta, com destaque para o algodão, que sobe mais de 2% em Nova York.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja fecha com fortes altas em Chicago nesta 3ª feira após números do USDA e financeiro

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago reagiram bem aos números divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta terça-feira (12) e fecharam a sessão com altas de 24 a 30 pontos entre os vencimentos mais negociados. As primeiras posições voltaram à casa dos US$ 11,00 por bushel, enquanto o novembro/16, referência para a nova safra americana, fechou o dia valendo US$ 10,86.

Os novos dados do departamento norte-americano permitiram algumas interpretações, porém, vieram dentro das expectativas do mercado para a oleaginosa e parecem ter sido bem recebido pelos traders. Afinal, tanto para a temporada 2015/16, como para a 2016/17, o USDA revisou para cima os números da demanda, além de indicar estoques finais da nova safra mais ajustados e menores do que a corrente.

“O lado altista da minha análise é o aumento da atividade interna e a performance das exportações (dos EUA) na próxima temporada”, explica a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora. O USDA aumentou O esmagamento americano na safra 2016/17 de 52,12 milhões para 52,39 milhões de toneladas, enquanto as exportações passaram de 51,71 milhões para 52,25 milhões de toneladas. E, mais uma vez, o USDA aumentou sua estimativa para as exportações da safra corrente dos EUA, elevando-as de 47,9 milhões para 48,85 milhões de toneladas.

A instituição indica ainda que os estoques finais mundiais da safra 2016/17 deverão ficar em 67,1 milhões de toneladas, contra pouco mais de 72 milhões da temporada atual. Entretanto, projeta ainda um aumento das exportações mundiais, contando só as da China que passariam, em uma temporada, de 83 milhões para 87 milhões de toneladas.

USDA Julho - Soja

Leia mais sobre o boletim do USDA desta terça-feira e veja os números detalhados:

>> USDA indica maior demanda por soja e estoques de milho abaixo do esperado

Além dessa perspectiva, há ainda no radar dos traders a questão das condições climáticas para o Meio-Oeste americano que continua a direcionar as cotações na CBOT. E as últimas previsões climáticas já começam a sinalizar que os próximos dias serão de menos chuvas do foram registradas nas semanas passadas de temperaturas mais elevadas. “Acho que esta possibilidade de clima quente e seco na segunda quinzena de julho é a vedete do momento”, diz Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais.

Como explica Motter, desde o início do plantio da nova safra americana cresciam as especulações sobre um sistema de alta pressão que poderia trazer esse quadro de tempo mais seco para os EUA, porém, até o momento as ameaças não são muitas. Entretanto, o analista alerta dizendo que “em ano de mudança de padrão climático (de El Niño para La Niña), pode haver alterações significativas”. E conclui, explicando ainda que “mesmo com uma melhor performance das lavouras em comparação à mesma época do ano passado, temos

Mercado Financeiro

O mercado financeiro registrou um dia de maior apetite ao risco e bom humor dos fundos investidores, que se direcionaram mais às commodities nesta terça-feira, levando às altas não só da soja, mas de uma série de outras commodities. “Os investidores se mostraram mais dispostos a tomar posições de risco”, explicou Camilo Motter.

O petróleo, por exemplo, subiu quase 5% tanto na bolsa de Nova York, como na de Londres, e foi mais um fator de ganho para a oleaginosa. Ao lado do petróleo, subiram ainda as moedas emergentes e o minério de ferro, além de bolsas de valores ao redor de todo o mundo, com o Ibovespa, no Brasil, chegando a bater em seu melhor patamar do ano.

Os estímulos monetários esperados para o Japão são, segundo explicam analistas, um dos fatores responsáveis por esse maior apetite ao risco. Além disso, os traders buscam ainda tomar um fôlego frente à questão do Brexit – a saída do Reino Unido da União Europeia – para definir as próximas medidas e estratégias. “Acredito que, por ora, isso está, em partes, precificado nos mercados. Mas, teremos muitos lances pela frente, conforme o andamento das negociações e as decisões forem tomadas pelas partes”, afirma o analista da Agrinvest.

Preços no Brasil

As altas fortes em Chicago acabaram limitando, nesta terça-feira, o impacto de um novo dia de perdas para o dólar frente ao real – que chegou a recuar mais de 1% – e permitiu novas altas entre os preços da soja formados no Brasil. Nos portos do país, os ganhos passaram de 1% tanto na soja disponível, quanto para o mercado futuro. Em Paranaguá, alta de 1,12% para R$ 90,00 por saca no disponível, e de 1,42% no futuro, para R$ 84,20. Já em Rio Grande, R$ 87,60 e R$ 85,50, respectivamente, com altas de 1,27% e 1,42%.

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas