Produtores de Mato Grosso do Sul podem contar com R$ 5,19 bilhões em recursos para a safra 2016/2017, a partir de hoje (5) crescimento de crédito de 17,4% em relação a safra passada. Porém, os juros também aumentaram em 0,75% e passaram de 8,75% para 9,50%.
De acordo com o superintendente do Banco do Brasil de Campo Grande, Sérgio Salles, serão disponibilizados para a agricultura familiar, R$ 241 milhões. “Crescimento de 8% em relação a safra passada do Pronaf e aumento de 6,9% em relação ao Pronamp, que são os médios produtores que têm disponíveis R$ 627 milhões”.
Há também crescimento no crédito para a agricultura empresarial que passou de R$ 3,6 milhões para R$ 4,3 bilhões para esta safra, aumento de 19,6%. Para este tipo de crédito, os juros são maiores, de 9,75%.
Em relação aos juros, Salles explica que todo o ano o incremento é de 0,75%, mas os juros de investimentos cresceram 1% para a safra 2016/2017. “Os juros de investimentos passaram para 9,75%, foi o que mais aumentou”.
O Banco do Brasil possui a maior aplicação no crédito do Estado, ou seja, tem participação de 55,25% em todo recurso financiado de Mato Grosso do Sul.
O superintendente diz ainda que apesar dos juros maiores para esta safra, pode ser que o total disponibilizado para o Estado não seja o suficiente. “Considerando o sucesso da safra anterior e as parcerias que temos, pode ser que o valor disponibilizado não seja o suficiente para atender a demanda e deveremos pedir suplementação”.
O valor disponibilizado por CPF (Cadastro de Pessoa Física) será de R$ 3 milhões, sendo 60% para este ano e 40% concedido para 2017. A inadimplência do produtor rural de Mato Grosso do Sul é inferior a 1%.
Para o presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS), Maurício Saito, o produtor rural precisa se atentar aos juros do custeio, já que houve aumento superior a 20% no custo de produção. “Com o incremento na taxa de juros, afeta a rentabilidade do produtor rural que já está com a margem de lucro bem apertada”.
Saito diz ainda que os empréstimos concedidos pelo Banco do Brasil aos produtores rurais, são importantes pois melhora a comercialização. “Em um ano que muito se fala de crise e aumento de custo de produção, o custeio via financiamento dá uma possibilidade de melhor negociação ao produtor, pois quando tem disponibilidade de capital, melhora na forma de negociar os produtos”.
Conforme o presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Enelvo Fellini, todo ano mais produtores da agricultura familiar se beneficiam dos empréstimos disponíveis. “Os produtores perceberam que não há mais como o Estado importar alimentos e começamos a produzir e para isso é preciso investir”.
Campo Grande News