Após passados três anos e meio sem demonstrar qualquer preocupação séria com a saúde pública, a atual administração, no apagar das luzes de um tempo que deve ser varrido da nossa história, contrata uma OS para gerenciar a saúde no município.
Hoje recebi o extrato do contrato que entrega a administração da saúde municipal à Associação Hospitalar Beneficente Brasil – AHBB.
Curioso, passei a pesquisar na internet notícias sobre tal entidade. Fiquei estarrecido com o que encontrei.
A Diretoria da AHBB é formada basicamente por membros da família Pinotti. Alguns de seus Diretores também dirigem outra OS, o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Humano – lPDH, que também já se chamou Instituto Wanda Porto e o qual teve irregularidades apontadas pelo TCE de São Paulo.
A AHBB administra várias unidades de saúde no interior do Estado de São Paulo (Cubatão, Promissão, Bilac).
Em Cubatão a AHBB tem um contrato para administrar o hospital municipal. Por tal contrato a AHBB recebe mensalmente, aproximadamente, 4,4 milhões. Ocorre que os funcionários do referido hospital estão com salários, férias, valores retroativos referentes ao dissídio da categoria e o não pagamento de benefícios, como vale alimentação atrasados. Por tal motivo estão em greve. A AHBB disse quem sem repasses estaduais não tem como quitar os débitos junto aos funcionários.
Os salários referentes ao mês de maio ainda não foram pagos.
Enquanto em Cubatão, com uma população estimada de 127 mil habitantes o repasse mensal é de 4.4 milhões.
Em Chapadão do Sul, onde a população estimada é de 22 mil e poucos habitantes, o repasse mensal atingirá aproximadamente 2 milhões. Ou seja, para uma população de aproximadamente 6 vezes menor um repasse de quase 50% do contrato de Cubatão.
Quando surgiu o debate a respeito de ser a gestão da saúde de Chapadão do Sul entregue a uma OS, posicionei-me contrário e debati com alguns Vereadores, mais especialmente com as Vereadoras Tania Francine e Sonia Maran, inclusive repassei a elas farto material onde demonstrava o equívoco que estar-se-ia cometendo e os graves riscos que estariam pairando sob os cofres municipais diante da responsabilidade do município.
O município de Cubatão, para pôr fim à greve, vai arcar com os salários atrasados e demais direitos trabalhistas, tudo importando e 2,5 milhões.
Oque nos faz crer que em Chapadão do Sul a AHBB vai atuar de forma diferente da que desempenha no gerenciamento da saúde de Cubatão?
Munir Jabbar