Falha na estrutura da nova Delegacia de Chapadão do Sul facilitou a fuga em massa de detentos. Policial seria usado como refém

Nesta terça-feira, 21 de junho, Maicon Jonathan Lopes apresentou-se à Delegacia de Polícia de Chapadão do Sul, acompanhado de um advogado.

Ele estava no grupo de mais quatro homens que fugiram de uma das celas da Delegacia de Polícia local na madrugada desta segunda-feira, 20 de junho.

Após a descoberta da fuga, peritos da Polícia Civil, de Paranaíba foram acionados, realizaram os levantamentos e iniciou-se uma investigação. Foram descobertos os meios que os detentos se utilizaram para fugir de um prédio recém inaugurado.

Segundo o Delegado, Dr. Danilo Mansur, os detentos se aproveitaram das falhas da obra, que havia sido observadas por ele, em fevereiro deste ano, à sua corregedoria.

As celas não possuem os tampões para proteger o acesso aos cadeados, faltam travas adicionais nas portas, a tela de proteção do solário são frágeis, não há câmeras de segurança, cercas e telas elétricas no solário e nos muros, que são baixos.

Para abrir o cadeado, os detentos utilizaram um puxador de zíper de blusa e um pequeno metal de isqueiro a gás para confeccionar uma “mixa”, chave improvisada.

A tela de proteção do solário foi arrombada com o uso de um cabo de vassoura, fazendo de alavanca e abrindo um elo de cada vez.

A porta de acesso ao corredor para o prédio da Delegacia é totalmente tapada, que não permite visualização ao solário.

Plano, durante a fuga era seguirem até a casa dos pais de Felipe de Araújo Veron, em Ponta Porã, ou seguirem para Goiás.

Nas investigações foi descoberto ainda, que os detentos conseguiram abrir o cadeado muito antes da fuga. Estavam aguardando uma oportunidade para fazer alguém refém e obrigar a saída. O plano inicial era sequestrar a policial de plantão, no momento em que ela passasse as marmitas do jantar. O plano foi abortado porque ela não se aproximava da celas dos homens. Passava um carrinho com as marmitas à cela das mulheres e elas empurravam pelo corredor aos demais.

Lembrou o Delegado que foi assim que um policial foi assassinado em Pedro Gomes (MS). “Felizmente neste caso de Chapadão do Sul ninguém foi abordado e ferido”, concluiu.

Providências

Ao não ser atendido nas observações sobre modificações necessárias no projeto do prédio, para segurança do local, já em fevereiro deste ano, o Delegado havia solicitado ao Juiz, a autorização para transferência dos detidos, na quinta-feira, dia 16 de junho.

Como ainda não recebeu nenhuma manifestação do Governo do Estado, para reparar o prédio, o Delegado teve a iniciativa de solicitar a um serralheiro da cidade as providências mais urgentes. Os reparos serão pagos com recursos do Conselho Municipal de Segurança.

 

 

 

Fonte: Jovemsulnews (Norbertino Angeli)