Confronto entre indígenas e produtores rurais deixa um morto e 6 feridos em Caarapó

O agente de saúde indígena, Clodioudo Aguile Rodrigues dos Santos (20), filho do vice-capitão da reserva, Leonardo Isnardi, morreu e pelo menos seis ficaram feridos durante confronto entre produtores rurais e índios, nesta terça-feira (14), na região da fazenda Yvu, próximo a aldeia Te’yikuê, em Caarapó.

O comandante da Polícia Militar (PM) tenente-coronel Carlos Silva, informou que três policiais também estão entre os feridos, totalizando oito pessoas. Os militares foram ao local para escoltar os bombeiros durante o resgate dos feridos e foram rendidos pelos indígenas depois que o pneu da viatura furou.

O perfil Aty-Guasu (Grande Assembleia Guarany) denunciou o conflito em publicação feita nesta terça-feira (14) e diz que o morto é líder indígena Guarani e Kaiowa.

Segundo o comandante da PM, a fazenda foi ocupada por indígenas na segunda-feira (13) e houve confronto entre o grupo e produtores rurais. Nesta manhã, os bombeiros foram chamados e pediram apoio da PM para ir até o local, mas os militares acabaram rendidos e tiveram as armas de fogo e a viatura tomadas pelos indígenas. Os policiais foram resgatados do local pelos bombeiros.

Ainda segundo o tenente-coronel, a equipe foi recebida a tiros e há suspeita de que índios paraguaios estejam entre os indígenas brasileiros. Até o momento, não há informações sobre as circunstâncias da morte do indígena, que atuava como agente de saúde na aldeia e seria filho do vice-capitão da reserva, Leonardo Isnardi.

Em contato com a Delegacia de Polícia Civil a informação é de que o delegado titular está em diligências.

A assessoria da Polícia Federal (PF) no estado não tinha informações sobre o caso. A reportagem também entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai), mas não teve retorno até a publicação.

O sindicato rural do município informou que o presidente da entidade foi para a região do conflito em busca de mais informações e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) também apura o que aconteceu.

Após o confronto com os produtores, que teriam ido à área invadida para libertar funcionários que estariam sendo mantidos como reféns, os índios bloquearam a estrada que corta a aldeia Tey Kuê. Revoltado por não conseguir passar, o motorista de um caminhão teria jogado o veículo contra os índios, que teriam colocado fogo no veículo.

O prefeito do município Mário Valério (PR) disse que quatro dos feridos foram transferidos para o hospital de Dourados por conta da gravidade dos ferimentos e há informações de mais feridos na aldeia, mas os policiais e bombeiros não conseguem entrar no local.

“A situação é crítica, estamos reunidos com PF, PC, PM, Polícia Rodoviária Federal e Departamento de Operações de Fronteira (Dof) e prefeitura está dando assistência na cidade, mobilizando viaturas e médicos para socorrer e transportar os feridos”, afirmou.

A área invadida pertence a uma pecuarista de 59 anos de idade, que registrou boletim de ocorrência sobre a invasão e disse que o caseiro, a mulher dele e uma criança de oito meses estariam como reféns dos índios.

Das cinco vítimas, Jesus  de Souza e Libersio Marques Daniel foram encaminahdos para o Hospitalda Vida em Dourados, sendo que Catalina Rodrigues de Souza, Valdilio Garcia e Norivaldo Mendes ficaram no Hospital Benficente São Mateus de Caarapó

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