Algodão safra em Chapadão do Sul entrou na fase final de seu ciclo

O algodão safra em Chapadão do Sul entrou na fase final de seu ciclo, algumas áreas já iniciaram a abertura dos capulhos; a perspectiva de produção do algodão safra nesta região é boa, pois mesmo com as adversidades climáticas os algodoais semeados em dezembro de 2015 apresentam bom potencial produtivo. Não ocorreu, nesta safra, um grande número de perdas de estruturas reprodutivas do terço inferior da planta, as situações das ocorrências de doenças relatadas no Informativo anterior não tiveram evolução para pior. As doenças encontradas em fase inicial de infecção não evoluíram devido a intervenção precisa dos produtores com o uso de fungicidas adequados e o clima desfavorável para a evolução dos patógenos. Até mesmo a Mancha de Ramulária, uma das principais doenças do algodoeiro, não evoluiu para o terço médio e superior da planta com a mesma intensidade ou agressividade a qual vinha sendo comum em anos anteriores, o que foi muito positivo sob o ponto de vista econômico.

O ataque de lagartas segue, até o momento, com a mesma intensidade relatada em anos anteriores. Há dificuldades para controlar lagartas Spodoptera frugiperda e Helicoverpa armigera já que ainda é muito frequente em várias propriedades, nesta fase a cultura tem uma parte dossel muito densa e dificulta o produto alcançar o alvo que na maioria das vezes se encontra protegido já na flor, brácteas e até mesmo no interior de maçãs e botões florais. Os relatos de pulverizações sequenciais para o controle das lagartas são comuns, principalmente quando se trata de áreas de algodão não Bt com genes piramidados. O cotonicultor deve orientar sua equipe de campo para que fiquem atentos e situações que antecede este problema não passem desapercebidas e haja tempo de agir; como por exemplo, realizar o monitoramento de campo com um intervalo menor de dias e equipe mais treinada e alerta, avaliando não só a
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algodão em fase final2

presença da praga, mas também a fisiologia da planta e população de mariposas com o uso de armadilhas. Assim evita-se que a baixa eficiência no controle venha aumentar a população das lagartas no final do ciclo da cultura.

Outra praga que está presente nas lavouras de algodão da região e causa preocupação nesta fase pois pode interferir na qualidade de pluma é o pulgão do algodoeiro, a substancia açucarada produzida por estes pode contaminar a pluma e também reduzir a capacidade fotossintética das folhas prejudicando diretamente a produtividade e qualidade da fibra.
O ácaro rajado tem se mostrado um problema constante durante esta safra, ele surgiu no início do florescimento da cultura e permanece evoluindo aos poucos em algumas lavouras. Dois fatores apontam para isto estar ocorrendo: a temperatura favorável para o desenvolvimento da praga, especialmente bem no início do ciclo, já que a praga prefere clima quente e seco, o uso de organofosforados para o combate do bicudo e o uso de lagarticidas, os quais interferem na população de inimigos naturais dos ácaros ou estimulam sua reprodução. Fica claro, mais uma vez, a importância de reduzir as populações de bicudo na entressafra para diminuir a necessidade de pulverizar para a praga durante a safra e também manter a eficácias das tecnologias transgênicas a base de proteínas de Bt ainda eficazes, para diminuir a necessidade de uso de lagarticidas no ciclo do algodão. Estas duas ações demandam forte engajamento de todos, vizinhos e regionalmente, já que são medidas coletivas que precisam de ampla adesão e regionalidade: combate regional do bicudo e medidas de manejo da resistência, incluindo a prática do refúgio em soja, milho e algodão.

ataque pragassss

Foto 6 e 7. Ataque de ácaro rajado (Tetranychus urticae).

O bicudo do algodoeiro está presente na região, porém os produtores estão mantendo o trabalho constante do controle da praga impedido assim sua evolução populacional e diminuindo prejuízos causados pela praga, o problema nesta safra é que mesmo com a situação aparente de controle da praga o número elevado de pulverizações para o controle do bicudo ainda permanece (pode chegar a 20 pulverizações especificas para controle do bicudo até o final da safra), pois, como acordado entre os produtores do Estado do Mato Grosso do Sul, o momento é de manter o rigor no controle desta praga para que na safra sequente com uma população provavelmente menor possamos avaliar estratégias que possam viabilizar redução do número de pulverizações sem permitir que a praga retome seu crescimento populacional.

Em oposição, o algodão safrinha está diferente do algodão safra. As perspectivas de produtividades são baixas; na sua maioria fora semeado na segunda quinzena de janeiro de 2016, e devido ao período de seca e posteriormente chuvas e baixas temperaturas, conciliado com ataque severo de lagartas durante a estiagem, o seu desenvolvimento fisiológico e retenção de estruturas reprodutivas é pequeno.

Informações da AMPASUL