Atentos a presença de uma nova planta daninha, originária das regiões áridas do Centro Sul dos Estados Unidos e Norte do México, os fiscais Estaduais Agropecuários da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) realizam levantamentos e coleta de informações em propriedades rurais e com profissionais da assistência técnica e revendas de defensivos das principais regiões agrícolas de Mato Grosso do Sul.
A Amaranthus palmeri, um tipo de caruru exótico, foi identificada no vizinho Mato Grosso, em 2014, em áreas normalmente cultivadas com rotação das culturas de algodão, soja e milho. Segundo o coordenador da Divisão, Filipe Portocarrero, além de impor resistência mecânica à colheita das culturas e competir por recursos, como água, luz e nutrientes, a praga é também resistente aos herbicidas mais usados no mercado. “Quando sua população não é controlada, as perdas no rendimento das culturas podem atingir 91% em milho, 79% em soja e 77% em algodoeiro, segundo pudemos apurar nas publicações que encontramos sobre a praga”.
Sobre as ações, Filipe explica que elas têm caráter preventivo e a finalidade de apontar possíveis ocorrências da praga nas lavouras do Estado. “Em casos de suspeita, podem ser realizadas coletas de material e envio para análise em laboratório oficial”. A ação preventiva visa a limitação de focos – caso esses sejam constatados – e facilita que as providências fitossanitárias possam ser realizadas com urgência.
Até o momento, os fiscais realizaram 21 ações de levantamento em sete municípios, sem constatação da presença da praga. Esses levantamentos devem continuar durante todo o período de vazio sanitário da soja, que começa no próximo dia 15 de junho e termina em 15 de setembro. Os procedimentos serão adotados ainda no período de vazio sanitário do algodão nas regiões Norte e Nordeste do Estado, que tem início em 15 de setembro e término em 30 de novembro, e no período de vazio sanitário na região Sul, que vai de 16 de junho a 30 de agosto. Ao todo, devem ser fiscalizadas cerca de 5,6 mil propriedades rurais em 74 municípios de Mato Grosso do Sul.
Para auxiliar no trabalho preventivo a Iagro disponibiliza um canal pelo telefone 0800-647-2788, onde o produtor pode se comunicar com o DDSV, em caso de suspeita da praga em sua propriedade.
Praga – Em função de suas características biológicas, a Amaranthus palmeri possui grande habilidade de dispersão. Considerada a principal planta daninha dos algodoais nos Estados Unidos, suas sementes possuem tamanho extremamente reduzido, em formato de discos ou arredondadas, medindo de 1 a 2 mm, o que facilita muito sua dispersão pelo vento, por aves e mamíferos. Uma vez estabelecido o problema, assumem grande importância as atividades humanas, destacando-se o transporte de máquinas, insumos, resíduos e colheitas, tanto dentro quanto fora das propriedades.
Kelly Ventorim, Assessora de Imprensa da Iagro e Sepaf