(Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul), alerta sobre os perigos da doença do mormo, que se transmitida ao ser humano pode ser fatal. No último dia 26, mais três cavalos de uma propriedade rural de Bela Vista – distante a cerca de 320 km de Campo Grande, tiveram seus resultados positivos para a doença.
De acordo com o presidente do Conselho, João Vieira Almeida Neto, a transmissão se dá devido ao contato direto com o animal doente e se manifesta no homem de forma aguda ou crônica. “Em ambos os casos, se não tratado, o processo evolui até a morte do paciente”, diz.
Na forma aguda, após os sintomas de febre, forma-se um nódulo ou uma ulceração com linfangite, ou seja, lesão infecciosa dos vasos linfáticos, regional no lugar da inoculação. Posteriormente, aparecem pequenos nódulos e pequenas saliências na pele, em outras zonas do corpo aparecem manchas vermelho-azuladas, que evoluem até a formação de úlceras profundas. Junto a isso, há o aparecimento de úlceras na cavidade bucal, na laringe e na membrana mucosa presente nos olhos, corrimento nasal, eliminação de sangue pela tosse e broncopneumonia, que conduz à morte em 2 a 4 semanas.
Já na forma crônica, localizada quase sempre na pele, aparecem isolados nódulos e pequenas úlceras. O processo pode evoluir para o estado agudo ou evoluir de forma crônica até a morte.
Segundo João, “assim que detectada a doença nos animais, deve ser realizada a interdição das propriedades com focos comprovados para saneamento e sacrifício imediato dos animais positivos aos testes oficiais por profissional do serviço de Defesa Sanitária Oficial”.
A Iagro (Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) informou que em decorrência do resultado laboratorial positivo do dia 26, indicou e deslocou equipe de profissionais para realizar o sacrifício dos 03 animais que apresentaram resultado positivo aos testes laboratoriais.
Sintomas em animais – O mormo é uma enfermidade bacteriana infectocontagiosa grave que acomete principalmente os equídeos, podendo também acometer os carnívoros, os pequenos ruminantes e até o homem. A principal via de infecção é a digestiva, podendo ocorrer também pelas vias respiratória, genital e cutânea. Os estábulos coletivos são potenciais focos de disseminação da infecção e também pode ocorrer à contaminação pela ingestão de alimentos ou águas contaminados.
Os sinais clínicos mais frequentes incluem tosse, corrimento nasal e febre. Na forma aguda da doença a morte por septicemia ocorre em poucos dias, o animal começa com febre alta e calafrios, rinorréia, frequentemente unilateral, amarelo-esverdeada e inflamação dos gânglios laríngeos após um período de incubação de 2 a 3 dias. Na mucosa das vias aéreas superiores aparecem alterações difteróides, nódulos e úlceras que se disseminam rapidamente. Os animais emagrecem rapidamente e morrem, quase sempre, na 2º ou 3º semana da doença.
Diagnóstico – Oficialmente, para fins de diagnóstico e de controle de enfermidade, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) recomenda a realização dos testes de fixação de complemento para triagem (realizado nos laboratórios particulares credenciados pelo Mapa) e o Westing Blooting para confirmação no Lanagro (Laboratório Nacional Agropecuário, do Mapa).
O CRMV/MS lembra que as coletas de sangue só podem ser feitas por médicos veterinários credenciados pelo Mapa.