Locatário que matou inquilino ganha liberdade e autorização para participar de culto

O locatário Francisco da Silva Xavier, de 46 anos, acusado de matar a facadas o inquilino Gilvan Barbosa dos Santos, de 38 anos, ganhou a liberdade e o direito de participar de cultos aos domingos. O alvará de soltura foi determinado nesta terça-feira (17), pelo juiz da Comarca de Sonora, Jessé Cruciol Junior, durante a audiência de custódia.

Apesar dessa exceção, ele vai ter de se recolher nos outros dias das 19 às 6 horas, não pode se ausentar de Sonora sem autorização e deve comparecer ao juízo mensalmente.

O juiz entendeu que não havia necessidade da prisão cautelar e escreveu que a gravidade do crime não é motivo suficiente, conforme cortes superiores.

Entenda o caso

O corpo de Santos foi encontrado por volta das 21 horas do sábado (14), num quarto de aluguel localizado na rua Do Engenho em Sonora. Testemunhas acionaram a polícia e relataram que avistaram um Fiat Uno, cor prata, saindo do local em alta velocidade.

Santos estava caído com várias perfurações no corpo, principalmente no rosto e no pescoço e com uma faca suja de sangue na mão. Conforme os peritos, a vítima foi golpeada pelo menos 20 vezes.

Ao analisarem o local, os investigadores logo constataram que a cena do crime estava alterada e suspeitaram que a vítima poderia ter sido assassinada com a própria faca que tinha na mão, colocada ali propositalmente.

Ao apurarem os fatos, os investigadores receberam a informação de que Xavier, dono dos quartos de aluguel, possuía um Fiat Uno com as mesmas características e que ele havia estado no local durante a tarde com o referido veículo, acompanhado de um homem que desejava comprar o imóvel.

Outro fato que chamou a atenção dos investigadores foi que no mesmo dia Xavier já havia acionado a Polícia Militar reclamando que estava sendo ameaçado por Santos, mas quando os policiais chegaram ao local, ele disse que o inquilino já tinha ido embora e dispensou a viatura. Mais tarde, Xavier fez a mesma reclamação a um investigador da polícia civil que encontrou na rua e foi orientado a registrar a ameaça na Delegacia.

Como todos os indícios apontavam Xavier como principal suspeito, os investigadores iniciaram diligências para tentar localiza-lo, até que receberam a informação de que um veículo com as mesmas características que o dele havia passado pelo pedágio da CCR MS Via na BR-163 em direção a Coxim.

A delegada e os policias seguiram em acompanhamento tático e pediram apoio da PRF, que montou uma barreira na Unidade Operacional em Coxim, onde conseguiram abordar o suspeito. Xavier confessou o crime e confirmou que realmente usou a faca deixada na mão da vítima para mata-la. No carro os policiais encontraram as roupas lavadas e ainda molhadas que ele usou no momento do crime.

Xavier foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil de Coxim. Ele falou com exclusividade ao Edição de Notícias e disse que cometeu o crime para se defender e proteger sua família. “Depois que descobri que ele estava usando o quarto como ponto de tráfico de drogas disse que não concordava e pedi para ele sair, desde então o cara começou a me ameaçar dizendo que eu era cagueta e por isso iria matar a mim e minha família” disse Xavier.

Ele alegou que procurou o inquilino para conversar, porém ao avista-lo, Santos fez gesto que iria pegar algo na cintura, momento em que Xavier acabou partindo pra cima do mesmo com a faca, que segundo ele já carregava para se defender. “Ou era ele ou eu, fiz para me defender e proteger meu filho, minha nora, meus sobrinhos e minha netinha” finalizou ele.

 

 

 

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