A construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), da Petrobras, anunciada em Três Lagoas, em 2011, tinha como objetivo reduzir pela metade a dependência brasileira de cartéis internacionais de fertilizantes e, de quebra, reaquecer a economia local. No entanto, passados cinco anos, a obra está parada e a cidade ainda tenta se reerguer do momento de estagnação criada com as dívidas deixadas aos fornecedores locais. Guardadas as devidas proporções, é possível afirmar que o elefante branco da Petrobras pode ser considerado uma espécie de Pasadena (a refinaria de petróleo comprada pela estatal brasileira nos Estados Unidos com suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas na negociação) de Mato Grosso do Sul.
Situação semelhante aconteceu em outras cidades brasileiras. O início da crise financeira e política e da operação Lava Jato, para apurar a participação de grandes empreiteiras em esquemas de corrupção espalharam esqueletos por todo o País. Conforme sondagem divulgada pela Câmara Brasileira da Indústria de Construção, no ano passado havia 52 obras públicas paradas, ou em ritmo lento, em todo território nacional.
Entre as principais obras afetadas pela operação está a de transposição do Rio São Francisco, orçada em R$ 8 bilhões e que deve ser concluída até 2017 e a do sistema São Lourenço, em São Paulo, orçada em R$ 2,1 bilhões que chegou a sofrer atrasos.
Renata Prandini – Correio do Estado.(Foto Perfil News)