Em 20 anos, por intermédio da conscientização ambiental, associada à adesão tecnológica, o setor agropecuário tem ampliado a capacidade produtiva de forma sustentável, graças ao aumento da produtividade, em áreas antropizadas”. A afirmação foi feita pelo presidente do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Mauricio Saito, durante o lançamento do 2º SIGEE – Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa, nesta terça-feira (10), na sede da Casa Rural, com a participação de aproximadamente 100 pessoas, entre líderes rurais e políticos, de profissionais do setor e da imprensa sul-mato-grossense.
O evento, que acontecerá entre os dias 07 e 09 de junho, em Campo Grande, é promovido pelo Sistema Famasul e pela Embrapa Gado de Corte – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em parceria com diversas instituições públicas e privadas. Para o presidente do Sistema Famasul, o evento oportuniza acesso a informações que podem mostrar o perfil ambiental do setor. “A importância do Simpósio está diante da necessidade de estudar, conhecer, planejar e colocar em ação o que devemos fazer para a preservação do meio ambiente. O setor e a comunidade científica incentivam esse tipo de discussão, que deve ser ampla e transparente”.
O chefe geral da Embrapa Gado de Corte, Cleber de Oliveira, salientou que o Estado já tem se destacado em relação ao tema durante os últimos anos. “Mato Grosso do Sul mitiga gases de efeito estufa no mesmo volume que São Paulo produz em um ano”, destacou. A explicação para essa comparação está no incremento da área de floresta plantada, que subiu de 600 mil para 1 milhão de hectares.
Segundo Oliveira, Mato Grosso do Sul registrou em 30 anos uma alta na produtividade de 6% ao ano, enquanto que em nível nacional, este aumento não passou de 1,3% ao ano. “O resultado mostra a importância da tecnologia, ciência e políticas públicas”.
Para o Secretário de Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, o simpósio acontece em uma hora extremamente favorável para o Estado. “Já não temos mais espaço no pais para discussões inconsequentes. Temos que ter muita seriedade para entender os rumos do estado que está sob a nossa responsabilidade”.
Riedel reforçou como o desenvolvimento da agropecuária tem trilhado o caminho da preservação. “Olhando o Estado como um todo, floresta plantada, cana de açúcar baseada em sistemas mecanizados, pastagens para o aumento de produtividade, agricultura com plantio direto, na grande maioria da produção, são alicerces e pilares para que a gente faça uma emissão de carbono o mais eficiente possível. O governo agradece o esforço de instituições, como a Embrapa e a Famasul, em trazer o evento para o Estado. Isso vem ao encontro dos nossos objetivos e política”.
Durante o lançamento, o presidente da Reflore/MS – Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas lançou a 4ª Campanha contra Incêndios Florestais, com o tema ‘Faça a diferença entre a vida e a morte’. “Em um ano, ocorreram mais de dois mil incêndios, com crescimento de 100%, sendo 72% proveniente de causa humana”.
Terra Boa – Os representantes rurais destacaram em seu discurso a relevância do programa do Governo Estadual Terra Boa, que tem como objetivo recuperar, em curto prazo, 2 milhões de hectares de pastagens em algum estágio de degradação. “Ações como esta auxiliam a mitigar os efeitos de gases de efeito estufa”. Saito citou também a reestruturação do Novilho Precoce.
MS Caborno Neutro – Outro destaque no evento, citado pelos líderes presentes, foi o MS Caborno Zero, projeto criado para levantar os reais impactos e emissão dos gases de efeito estufa.
Além das autoridades citadas, participaram também o vice-presidente do Sistema Famasul, Nilton Pickler; o diretor-tesoureiro da Federação, Luis Alberto Moraes Novaes; a diretora-secretaria, Terezinha Candido; o diretor executivo, Lucas Galvan e o superintendente do Senar/MS – Serviço de Aprendizagem Rural, Rogério Beretta e o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Ruy Fachini.
Participaram também do evento, o presidente da Biosul – Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul, Roberto Hollanda; Diretor-Presidente da FUNDECT – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul., Marcelo Turine; o presidente da Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja, Christiano Bortolotto; diretor presidente da Fundtur – Fundação de Turismo, Nelson Cintra.
Simpósio – O II Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE) é realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e pelo Sistema Famasul, com apoio da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), Senar Brasil e Rede ILPF.
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