Após prender em flagrante, na noite de sábado (07), um homem por furto de milho nas lavouras locais, a polícia de Costa Rica autuou mais cinco indivíduos pela mesma prática. O caso foi registrado na manhã de ontem (09), após nova denúncia de produtores rurais.
O GTO foi acionado para atender a ocorrência na noite de domingo (08) e esteve no local fornecendo o suporte necessário. Ontem o SIG, através dos investigadores Hélio e Nailton, assumiu o caso e após diligências investigativas e entrevistas, obteve a confirmação do crime de furto qualificado na modalidade tentada, bem como identificou os envolvidos.
O caso continua em investigação e está em segredo de justiça já que, segundo o Delegado Alexandro Mendes de Araújo, “novos indiciamentos e até novas prisões podem ocorrer nos próximos dias, uma vez que as investigações prosseguem”.
Crimes aparentemente inocentes
O delegado alertou ainda para o perigo de práticas delituosas aparentemente inofensivas, como furto de milho nas lavouras, compra de combustível roubado entre outros. Leia abaixo a íntegra do comunicado redigido por ele e encaminhado à redação do MS Todo Dia: “Lamentavelmente há, nos dias de hoje, uma parcela da sociedade que acredita na licitude de algumas condutas, aparentemente inofensivas, mas que na verdade, são crimes com grave reprovabilidade social.
Nota-se uma certa ‘cultura’ por alguns cidadãos que acreditam ser lícito adquirir combustível produto de crime, coletar milho de plantações, saquear carnes e outros bens de veículos de carga acidentados em rodovias, etc. Tais condutas são criminosas e com mesma grande reprovabilidade de outros crimes.
Com efeito na aquisição de combustível produto de crime, o adquirente está fomentando o crime praticado por outrem, causando grande prejuízo ao proprietário do combustível e contribuindo para a concorrência desleal, em face do empresário que exerce suas atividades regularmente.
Em relação ao furto de milho, essa prática acarreta inúmeros prejuízos ao produtor rural que passa a contabilizar perdas além das previstas, o que compromete ser honrado os financiamentos bancários para a produção agrícola. Normalmente, os autores deste delito não querem saciar a fome, pois, são pessoas empregadas, possuem automóveis utilitários de alto valor agregado e furtam grande quantidade de milho. Tais fatos agravam a situação jurídico-penal dos criminosos.
Os saques a veículos de carga acidentados são igualmente considerados conduta criminosa. Inclusive, já registramos casos em que o motorista está em óbito sob as ferragens e populares, muitos até com caminhonetes, saqueando a carga, com total indiferença para com a vida ceifada no acidente. Essa prática revela uma desumanidade sem tamanho, uma verdadeira selvageria.
É muito cômodo criticar a postura de outras pessoas, políticos, empresários, por atos criminosos quando, por vezes, o crime ocorre dentro de nossa casa, com ‘ar’ de naturalidade e licitude.
O que esperar de uma criança que cresce vendo aqueles que deveriam ser exemplos, seus pais, avós, tios, comprando combustível furtado, furtando milho de propriedades alheias, saqueando cargas de veículos acidentados?
Com tais exemplos, o que essa criança tenderá a fazer na fase adulta? Quais os valores que ela irá praticar se for um político, empresário ou servidor público?
É preciso dar um basta a essa ‘cultura’ de desmerecer o bem alheio, de banalizar determinadas práticas delituosas, sob pena de comprometermos severamente as futuras gerações.
A polícia tem trabalhado arduamente e permanecerá no exercício de seu mister de proteger a vida e o patrimônio dos cidadãos de bem. Não iremos tolerar tais condutas, apesar do aparente caráter de inofensividade que ganhou ao longo dos últimos tempos.
Se queremos um futuro melhor, devemos começar pela ética e moralidade dentro de casa.
Não podemos esquecer que essas práticas delitivas que, isoladamente consideradas, parecem inofensivas, em conjunto, repercutem sobremaneira os custos de produção. A conta final acaba sendo repassada a nós mesmos, cidadãos de bem. Portanto, o crime não compensa, aliás, dá cadeia, porém, cabe lembrar que, felizmente, a maior parte dos cidadãos não compactua com as mencionadas práticas, aliás, as repudiam.
Assim, a Polícia Civil está à disposição da comunidade costarriquense para servir e proteger. Qualquer informação que leve à prevenção ou repreensão de práticas delitivas será recebida e a identidade do cidadão mantida em sigilo.”
Delegado Alexandro Mendes de Araújo