Consumo de energia dispara com onda de calor e impacta bolso do consumidor em MS
Todo o Mato Grosso do Sul tem vivenciado dias de muito calor, com a temperatura até 5°C acima da média, em consequência o uso de equipamentos de refrigeração são cada dia mais necessários. Diante do cenário em que o tempo ‘força’ o uso de equipamentos e eletrodomésticos, o Estado bateu recorde de consumo de energia elétrica em setembro e o consumidor começa a sentir no bolso.
Moradora de um apartamento no bairro Pioneiros, em Campo Grande, viu a conta de energia saltar de R$ 391 para R$ 700 entre agosto e outubro. Ela mora com o marido e três crianças e afirma que a rotina não mudou apesar das altas temperaturas enfrentadas em Campo Grande.
“As crianças passam o dia na escola e a gente trabalhando, a rotina não muda, mas a conta não para de subir”, diz ela, que não sabe por que a conta de energia quase dobrou de preço nos últimos meses.
Vale ressaltar, que o calor afeta o uso de eletrodomésticos como a geladeira, que é ‘forçada’ a trabalhar mais. Por ser um dos equipamentos que mais afetamo consumo de energia da residência, é um dos fatores que fazem a conta disparar mesmo em casas que não possuem o ar-condicionado.
Em setembro, a Energisa registrou três picos de consumo com recordes seguidos. No dia 25 de setembro, registrou uso diário de 1.395 watts por hora e no dia seguinte, 26 de agosto, uma nova elevação: 1.403 watts por hora.
O que mais gasta energia?
Segundo o engenheiro eletricista Bruno Egues de Arruda, a energia é necessária e indispensável. Durante o calorão, se refrescar são alternativas que o morador busca, o que acaba gerando o gasto da luz, mas o grande “vilão no consumo” continua sendo o ar condicionado.
“Hoje em dia somente devemos reduzir o consumo em tempos de escassez. Devido às tecnologias para geração própria, o custo da energia pode e deve ser compensado. Mas, ainda assim, devemos buscar equipamentos mais eficientes, com selo PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) classificação A de consumo, sendo o Ar-condicionado o maior consumidor, estes pode ser do tipo inverter mais eficientes, geladeira também. Quanto ao chuveiro [pode] utilizar sistema de Boiler”, orienta.
O especialista lista os itens que geram mais gastos:
- Ar-condicionado;
- Fogão Elétrico/indução;
- Geladeira;
- Chuveiro;
- Microondas;
- Forno Elétrico;
- Air Fryer;
- Televisão;
- Outros Eletrodomésticos de cozinha;
- Iluminação.
É possível monitorar o gasto?
Apesar da conta assustar muitos consumidores quando chega, é possível monitorar o consumo de energia elétrica diariamente. Para isso é necessário ficar de olho no relógio e controlando os gastos.
A Energisa explica que, com a fatura anterior em mãos, o cliente verifica qual a leitura atual e subtrai da leitura que consta no medidor. Assim, terá o consumo registrado referente à última leitura até a data de monitoração feita por ele. Esse processo pode ser acompanhado diariamente pelo cliente e, assim, saberá quanto consumiu por dia.
Se a conta ficar pesada demais para o orçamento do mês, a concessionária oferece maneiras de negociação pelos canais digitais (Gisa, Energisa ON). Mas o cliente também pode procurar a concessionária pessoalmente.
Planejamento familiar
A economista e educadora de finanças pessoais, Andreia Saragoça, conta que antes de iniciar o planejamento, todos da família devem se reunir para conversar sobre o assunto. O ideal é que todos da casa definam objetivos com a redução dos gastos, e se unam na ‘força-tarefa’ da economia.
“Contas de água e luz são variáveis, a gente paga pelo que usa. O ideal é que gaste somente o necessário. Por exemplo, não fique 10 minutos no banho quente, não gastar água lavando calçada. Isso só é possível quando todos na casa entendam a necessidade, não adianta um economizar. O uso precisa ser consciente, se a família já definiu o objetivo, as atitudes que vão fazer com que a conta seja mais barata. Por exemplo, pode deixar o ar condicionado ligado a noite inteira? O morador que vai analisar”, explica.
Outra dica é evitar deixar aparelhos ligados à tomada que não estão usando, como o disjuntor do ar-condicionado, uma luz em ambiente já iluminado, banhos com o chuveiro elétrico demorado.