EDITORIAL Quebrada, a Prefeitura de Cassilândia virou investidora em imóveis com valores milionários

Nem Freud explica a administração Valdecy Costa (PSDB) em Cassilândia, que pelo jeito desconhece ou ignora os cinco princípios da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Com cerca de R$ 12 milhões deixados no caixa municipal pelo saudoso prefeito Jair Boni Cogo, a gestão Valdecy Costa promoveu uma gastança sem precedentes na história do Poder Executivo Municipal.

Neste período de um ano, quatro meses e alguns dias, de junho de 2022 ao início deste mês de outubro, o gestor promoveu festas e mais festas, patrocinou despesas sem controle e tornou a Prefeitura, antes com sobras financeiras no caixa, agora em deficitária, inadimplente, e por extensão e no popular, caloteira.

Mas o ápice do desastre foi o prefeito transformar a “viúva” em investidora contumaz em imóveis milionários como se fosse uma grande incorporadora imobiliária.

Adquiriu o prédio da extinta São Luiz por R$ 1.341.510,00, está em tramitação burocrática a aquisição de um terreno para a construção privada de um hipermercado e já pagou mais de R$ 700 mil por um terreno localizado nas margens do Rio Aporé de um total que poderá chegar a R$ 3 milhões ao adquirir cinco glebas para a construção de um tal conjunto habitacional, embora Cassilândia não tenha sido agraciada até hoje pelos governos do Estado e Federal com algum empreendimento de casas populares, contrariando a propaganda feita pelo alcaide cassilandense.

Enquanto isso, a qualidade da saúde municipal despencou assustadoramente com fechamento de casa de apoio, piora no transporte de pacientes, falta de medicamentos na farmácia municipal e nos postos de saúde, além da falta de médicos especialistas, deficiência na limpeza pública, queixas e mais queixas em outros setores.

O mérito do prefeito neste período foi ter resolvido a questão do abastecimento de água, então precário, com a reformulação do sistema, assim mesmo a custo alto para a população mais carente com a cobrança de contas exorbitantes a serem pagas mensalmente, conforme vem ocorrendo na Vila Santa Rita e em outras regiões periféricas do município.

No âmbito de uma administração municipal e tendo o contribuinte como pagador da conta, fica difícil entender o porquê de tantos investimentos na aquisição de imóveis a valores elevados.

E ficam perguntas no ar: esses imóveis comprados com o dinheiro do erário municipal são de fatos necessários? Os moradores foram em algum momento consultados? Houve alguma audiência pública para debater tais compras?

Não. Ninguém foi ouvido. O prefeito simplesmente pegou a sua sacola espaçosa e o caixa recheado e… foi às compras como fazem consumidores compulsivos e desenfreados.

Num momento em que a Prefeitura de Cassilândia deve grande monta a fornecedores de diversas áreas, o prefeito agiu com se estivesse governando uma Dubai ou uma Camboriú da vida, autorizando pagamentos e mais pagamentos.

Alguns servidores técnicos da Prefeitura, mais zelosos, pediram afastamento para não assinar as papeladas por terem consciência de que se tem em Cassilândia uma gestão temerária com forte aroma de desídia, descuido e otras cositas más.

O contribuinte cassilandense, a priori e doravante, tem o direito de saber: onde foi parar o dinheiro que o ex-gestor Jair Boni deixou no cofre municipal e qual é o montante da dívida contraída pelo senhor prefeito?

A luz no fim do túnel está na CPI do Gramão que se desenvolve na Câmara de Vereadores.

E como não há mal que não possa ficar pior, em vez de dar explicações, a gestão municipal registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia e entrou com pedido de cassação do mandato do vereador Peter Saimon que preside a CPI.

Espera-se, com muita expectativa, que a Comissão Parlamentar de Inquérito ofereça-nos as respostas para essas indagações necessárias de forma irrefutável, cristalina e objetiva.

O contribuinte cassilandense, que paga a conta, tem o direito de saber.

“Construir pode ser a tarefa lenta e difícil de anos. Destruir pode ser o ato iBmpulsivo de um único dia.” (Winston Churchill)

CORINO ALVARENGA

EDITOR-CHEFE DO CASSILÂNDIA URGENTE