Criança de 11 anos é obrigado a trabalhar para ter ‘cama e comida’ em fazenda após ser abandonado pela mãe

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) divulgou que um menino de 11 anos era obrigado a fazer trabalhos braçais em troca de cama e comida em uma fazenda de Mara Rosa, no norte de Goiás. O órgão apurou que a criança foi abandonada pela mãe e determinou a perda da guarda e o acolhimento do menino.

O nome da mulher não foi divulgado, por isso, o g1 não a localizou para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

O dono da fazenda, que fica a 70 km da cidade, disse ao Conselho Tutelar que não tem vínculo familiar com o menino e afirmou que ele foi levado para a propriedade pela mãe há cerca de quatro meses. O g1 pediu informações ao MP-GO sobre o pai do menino, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

Segundo o MP-GO, a mãe do menino disse que, quando eles moravam juntos, ele “dava muito trabalho” para estudar e, por isso, o tirou da escola há dois anos. A mulher disse que não tem interesse em retomar os cuidados do filho e o deixou sob cuidados do fazendeiro, conforme apurou o MP.

O menino, que também não ia à escola, deu respostas confusas e desconexas ao Conselho Tutelar que, segundo o MP-GO, são “típicas de vítimas de situações de vulnerabilidade física e social”.

 

Menino de 11 anos é obrigado a trabalhar para ter ‘cama e comida’ em fazenda após ser abandonado pela mãe, diz MP

MP-GO determinou a suspensão da guarda pela mãe e o acolhimento da criança. Mulher disse que filho ‘dava muito trabalho’ e não tem interesse na guarda dele, segundo o órgão.

Por Michel Gomes, g1 Goiás

 

21/09/2023 07h31 Atualizado há 3 horas

 

Menino de 11 anos é encontrado trabalhando em fazenda

Menino de 11 anos é encontrado trabalhando em fazenda

 

 

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) divulgou que um menino de 11 anos era obrigado a fazer trabalhos braçais em troca de cama e comida em uma fazenda de Mara Rosa, no norte de Goiás. O órgão apurou que a criança foi abandonada pela mãe e determinou a perda da guarda e o acolhimento do menino.

 

Compartilhe no WhatsApp

Compartilhe no Telegram

O nome da mulher não foi divulgado, por isso, o g1 não a localizou para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

 

O dono da fazenda, que fica a 70 km da cidade, disse ao Conselho Tutelar que não tem vínculo familiar com o menino e afirmou que ele foi levado para a propriedade pela mãe há cerca de quatro meses. O g1 pediu informações ao MP-GO sobre o pai do menino, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

 

LEIA TAMBÉM:

 

Adolescentes são recolhidos trabalhando em carretas animadas em situação de exploração, diz Secretaria de Inspeção do Trabalho

VÍDEO: Homem é filmado abandonando bebê dentro de carrinho em rua de Goiânia

Bebê é encontrado abandonado em lote baldio em Senador Canedo

Segundo o MP-GO, a mãe do menino disse que, quando eles moravam juntos, ele “dava muito trabalho” para estudar e, por isso, o tirou da escola há dois anos. A mulher disse que não tem interesse em retomar os cuidados do filho e o deixou sob cuidados do fazendeiro, conforme apurou o MP.

 

 

O menino, que também não ia à escola, deu respostas confusas e desconexas ao Conselho Tutelar que, segundo o MP-GO, são “típicas de vítimas de situações de vulnerabilidade física e social”.

 

Criança é obrigada a trabalhar para ter ‘cama e comida’ em fazenda após ser abandonada em Mara Rosa, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Criança é obrigada a trabalhar para ter ‘cama e comida’ em fazenda após ser abandonada em Mara Rosa, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

 

Justiça

A promotora de Justiça Gisele de Sousa Campos Coelho representou à Justiça pela perda do poder familiar da mãe e pediu a “aplicação de medida de proteção e acolhimento institucional para o menino, com a realização de um estudo psicossocial do caso”.

Segundo o MP-GO, a decisão tem como objetivo, garantir a integridade física, moral e psicológica do menino. A juiz Francisco Gonçalves Saboia Neto, que analisou o pedido, destacou um artigo que destaca que “medidas de proteção são aplicáveis sempre que os direitos nela reconhecidos forem ameaçados ou violados por omissão ou abuso dos pais ou responsável”.

Por Michel Gomes, g1 Goiás

 


Menino de 11 anos é encontrado trabalhando em fazenda

00:00/00:57

Menino de 11 anos é encontrado trabalhando em fazenda

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) divulgou que um menino de 11 anos era obrigado a fazer trabalhos braçais em troca de cama e comida em uma fazenda de Mara Rosa, no norte de Goiás. O órgão apurou que a criança foi abandonada pela mãe e determinou a perda da guarda e o acolhimento do menino.

O nome da mulher não foi divulgado, por isso, o g1 não a localizou para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

O dono da fazenda, que fica a 70 km da cidade, disse ao Conselho Tutelar que não tem vínculo familiar com o menino e afirmou que ele foi levado para a propriedade pela mãe há cerca de quatro meses. O g1 pediu informações ao MP-GO sobre o pai do menino, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

LEIA TAMBÉM:

Segundo o MP-GO, a mãe do menino disse que, quando eles moravam juntos, ele “dava muito trabalho” para estudar e, por isso, o tirou da escola há dois anos. A mulher disse que não tem interesse em retomar os cuidados do filho e o deixou sob cuidados do fazendeiro, conforme apurou o MP.

O menino, que também não ia à escola, deu respostas confusas e desconexas ao Conselho Tutelar que, segundo o MP-GO, são “típicas de vítimas de situações de vulnerabilidade física e social”.

Criança é obrigada a trabalhar para ter ‘cama e comida’ em fazenda após ser abandonada em Mara Rosa, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Criança é obrigada a trabalhar para ter ‘cama e comida’ em fazenda após ser abandonada em Mara Rosa, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Justiça

 

A promotora de Justiça Gisele de Sousa Campos Coelho representou à Justiça pela perda do poder familiar da mãe e pediu a “aplicação de medida de proteção e acolhimento institucional para o menino, com a realização de um estudo psicossocial do caso”.

Segundo o MP-GO, a decisão tem como objetivo, garantir a integridade física, moral e psicológica do menino. A juiz Francisco Gonçalves Saboia Neto, que analisou o pedido, destacou um artigo que destaca que “medidas de proteção são aplicáveis sempre que os direitos nela reconhecidos forem ameaçados ou violados por omissão ou abuso dos pais ou responsável”.

O juiz afirmou que a integridade física, moral e psicológica da criança devem ser resguardadas e ela precisa ter “dignidade, respeito, liberdade, convivência familiar e comunitária, a salvo de qualquer tipo de violência, crueldade ou opressão”.

Na decisão, o juiz determinou uma série de medidas, de caráter temporário e excepcional. Veja:

  • Afastamento da criança do convívio familiar, em especial da mãe;
  • Acolhimento dele na Casa de Acolhimento de Mara Rosa;
  • Na unidade, ele deverá receber acompanhamento e tratamento adequado;
  • Identificação, pelo Conselho Tutelar de Mara Rosa, que qualifiquem eventuais parentes do menino que sejam capazes de recebê-lo com segurança.

 

Segundo o MP-GO, os pedidos foram aceitos, mas a decisão judicial ainda não foi cumprida.

 

Por Michel Gomes, g1 Goiás