2023 será de queda de preços, aponta AEB

Com exceção feita a carne suína e açúcar, as demais principais commodities exportadas pelo Brasil “sinalizam queda de preços em 2023”, aponta a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Segundo eles, esse cenário contribuirá para a “pequena redução de 3% das exportações e para o aumento do superávit comercial”.

De acordo com a AEB, no entanto, dados os computados mostram “mais aumentos e menos reduções dos volumes totais projetados para exportação das principais commodities pelo Brasil”. Este cenário, explicam os dirigentes, torna-se “importante quando se verifica que as exportações de soja e petróleo projetam quedas expressivas de preço e aumentos de volume, amenizando seus impactos isolados”.

“Chama a atenção o fato de os três principais produtos de exportação, soja, petróleo e minério de ferro, que representam mais de 35% das exportações totais do Brasil, projetarem aumento em seus volumes de exportação, impactando a receita total de exportações e contribuindo para amenizar a redução das receitas de exportação decorrente da queda das cotações destes mesmos produtos”, acrescentam. Confira outros detalhes do relatório da AEB:

 

PARTICULARIDADES

– Em 2023 as exportações de soja em grão deverão atingir o recorde de 98 milhões de toneladas, com aumento de 24% em relação às 79 milhões de toneladas exportadas em 2022, graças à grande safra colhida no corrente ano;

– Em 2023 a soja em grão vai manter a liderança das exportações brasileiras, pela primeira vez devendo ultrapassar a barreira de US$ 50 bilhões, mais precisamente US$ 50,546 bilhões, graças à safra recorde colhida, e apesar da queda de 12,7% nas cotações;

– Não obstante as quedas simultâneas das exportações e importações, o comércio exterior brasileiro contribuirá de forma positiva no cálculo do PIB de 2023;

– Soja em grão, petróleo em bruto e minério de ferro terão sua participação nas exportações brasileiras em 2023 estimadas em 35,9%, levemente superior aos 35,3% alcançados em 2022;

– Uma vez mais, dentre os 15 principais produtos exportados pelo Brasil 14 são commodities, exceto automóveis, ratificando a falta de competitividade dos produtos manufaturados;

– A taxa cambial ainda deverá ser motivo de altas e baixas em 2023, num mercado volátil e sujeito a fatores externos e internos impactando suas cotações, que devem oscilar entre o mínimo de R$ 4,70 e o máximo de R$ 5,20, sendo R$ 4,90 a taxa mediana;

 

– Os dados projetados de exportação e importação para 2023 indicam que o Brasil deverá permanecer na atual 26ª posição no ranking mundial de exportação, situação similar a observada com as importações;

– Em 2022, a balança comercial brasileira de produtos manufaturados apresentou déficit de US$ 128 bilhões, com a expectativa de redução ao final do ano de 2023 decorrente da forte queda das importações;

– A manutenção deste resultado negativo da balança comercial de produtos manufaturados mantém sua continua queda de participação na pauta de exportações, gerando exportação de empregos e importação de desemprego estimados em 4 milhões de postos de trabalho, considerando-se que para cada US$ 1 bilhão de exportação ou importação são gerados estimados 30.000 empregos diretos, indiretos e induzidos, além de perda de divisas;

– Ao contrário do que ocorreu em 2022, que foi impactado por generalizadas elevações de preços decorrentes da guerra Rússia e Ucrânia, em 2023 está acontecendo o contrário, com acomodação de suas cotações, que voltam aos níveis pré-guerra.

Por: AGROLINK –Leonardo Gottems