Esposa e filho são presos suspeitos de matar homem e enterrar corpo com ajuda de amante, em Goiás

Uma mulher foi presa suspeita de matar e enterrar o corpo do marido, em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal (DF). Um dos filhos da vítima e outras duas pessoas também foram presas. Segundo a Polícia Civil (PC), a esposa, um amante, os dois filhos dela e um casal teriam planejado o crime.

 

O g1 não localizou a defesa da esposa da vítima, Tereza Araújo, do filho, Francisco Filho, do amante, Antônio Pedro, e do casal, Márcio e Nayara, para um posicionamento. O corpo de Francisco Sousa foi encontrado após um homem denunciar que teria recebido uma proposta de R$ 150 para enterrá-lo.

Denúncia

 

O caso é investigado pelo delegado Vinícius Máximo, do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Águas Lindas de Goiás. Ele conta que na denúncia a testemunha contou à polícia onde Márcio e Nayara moravam. “Ele estava em um bar e, ao receber a proposta, teria ficado muito assustado”, disse.

As equipes foram até uma chácara e encontraram o dono dela, Antônio, e o casal. “Inicialmente, nós conversamos com eles sobre a proposta e eles negaram os fatos”, conta Máximo. No mesmo dia, a polícia conversou com moradores da região que disseram que o Francisco estaria desaparecido desde o dia 23 de junho.

Desaparecimento

Francisco Sousa foi morto e o corpo enterrado pela esposa, filho e amante, em Águas Listas de Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Francisco Sousa foi morto e o corpo enterrado pela esposa, filho e amante, em Águas Listas de Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil

“Nós fomos até a esposa e os dois filhos do casal e, ao conversar sobre o desaparecimento da vítima, Tereza ficou um pouco nervosa e disse que ele teria viajado para o Maranhão de moto”, relata o delegado. Devido a distância de mais de 1,5 mil km, os policiais desconfiaram da história e iniciaram a investigação.

O investigador afirma que Márcio e Nayara também são suspeitos de outro homicídio ocorrido em maio e, por isso, no dia seguinte, os policiais voltaram ao local para cumprir um mandado de prisão contra eles. “No interrogatório, Nayara falou sobre o corpo de Francisco, que estava enterrado na chácara”, disse.

O corpo

 

 

As equipes voltaram na chácara e encontraram o local da cova e o corpo da vítima. “Ele estava enterrado dentro de um saco plástico com os pés e as mãos amarradas, bastantes golpes de arma branca nas costas, um golpe de machado na cabeça e sinais de disparos de arma de fogo”, detalha Máximo.

Planejamento do crime

 

Após localizar o corpo, os policiais encontraram na região uma testemunha que frequentava a chácara. “Ela disse que tinha contato com todos os envolvidos e em uma das idas ao local disse que presenciou o dono da chácara, o casal, a esposa e um dos dois filhos da vítima tramando a morte de Francisco”, revela.

O delegado afirma que Antônio era amante de Tereza e que os dois filhos não gostavam do pai por terem sido agredidos na infância e, por isso, planejaram o crime. “Para os filhos de Francisco, o amante da mãe era como um pai, pois ele dava dinheiro e mantinha eles com um padrão de vida razoável”, explica.

Como o crime aconteceu?

 

De acordo com o delegado, no dia do crime, Francisco foi chamado até a chácara para realizar um serviço e, ao chegar no local, foi surpreendido, morto e enterrado por Antônio, Márcio, Nayara e um dos dois filhos dele. “A Tereza não estava presente, pois disse que não queria ver a cena”, conta. Máximo ainda ressalta que a cova foi preparada dias antes do crime.

Prisões

 

 

Tereza, Márcio, Nayara e Francisco Filho foram presos no dia 07 de julho. O segundo filho da vítima, que, segundo o delegado, sabia do crime, é menor de idade e, por isso, será instaurado um outro procedimento. Ele foi ouvido na delegacia e liberado.

Antônio está foragido. “Todos os que são maiores de idade vão responder por homicídio e por ocultação de cadáver. Além disso, Tereza também é investigada por corrupção de menor”, explica. Na prisão, os envolvidos revelaram à polícia o local onde as armas do crime estavam enterradas.

 

Por Augusto Sobrinho, g1 Goiás