“Papai, tá doendo” gritava menina de 2 anos assassinada pelo pai em Rio Verde GO

Um amigo do pai que matou a filha de 3 anos e se matou em seguida contou à polícia que ouviu a pequena Sophia Alves Toledo gritar de dor, em Rio Verde, no sudoeste goiano. Segundo o delegado Adelson Candeo, Cristiano Alves Silva teria enviado fotos do crime a um amigo e o homem foi até o local para tentar socorrer a menina. Lá, ele ouviu ela pedindo para que o pai parasse. Cristiano se matou logo após o crime contra a filha.

O crime aconteceu na madrugada de domingo (09), no bairro Jardim das Margaridas. A polícia explicou que a pequena Sophia foi morta após ter os pulsos cortados e os braços retalhado por uma faca de cozinha.
De acordo com o delegado, o pai da criança havia se separado da esposa há cerca de três meses e tinha guarda compartilhada. Ao machucar a menina, enviou uma mensagem a um amigo da família dizendo que a filha não ficaria com mãe. Quando o amigo foi à casa de Cristiano, encontrou a porta trancada e a criança gritando por socorro.
“Eles moravam relativamente perto. O amigo se desespera, tenta ligar, ele [Cristiano] não atende e ele vai até a casa do pai da criança. Quando ele chega lá e abre o portão, o pai corre e tranca a porta”, disse o delegado.
“Nesse momento, o amigo já está ouvindo a criança gritar de dor e pedir para o pai parar”, completou.
O amigo só conseguiu entrar na casa depois de arrombar a porta da casa. No entanto, a menina já estava desacordada.

“A criança foi socorrida, mas já chegou sem vida no hospital. Ele fez vários cortes nos braços da menina e fez com que ela sentisse dor”, acrescentou o delegado.

Ainda segundo a polícia, Cristiano não tinha antecedentes criminais.

Gravações 

Segundo a Polícia Civil, em uma das gravações, enquanto ele falava, dá para ouvir a pequena Sophia Alves Toledo, de apenas três anos, dizer que iria chorar porque tinha sido cortada por Cristiano Alves Silva. O suspeito teria encaminhado quatro gravações a esse amigo e, em uma delas, o homem, em tom de despedida, diz que ele e a pequena Sophia “não estariam mais aqui”.

Ainda nos áudios, ele dá instruções para o amigo sobre como estaria o celular dele e de que era para mostrar as gravações para todos que quisessem saber o porquê de ele ter cometido o crime.

“Já que aconteceu isso tudo, você foi meu parceiro, meu colega, meu irmão, você vai saber de tudo. Eu estou aqui (em casa), meu celular vai ficar com a tela desbloqueada e é para você mostrar esses áudios para todo mundo que quiser saber, mas talvez amanhã eu não vou estar aqui mais não. Eu mais minha filha não vamos mais estar aqui. A Lorena não vai ficar com ela”, disse Cristiano na gravação.

Em outro áudio, Cristiano dá a entender que a motivação do crime seria o fato da mãe da criança não querer reatar o relacionamento com ele. Segundo a Polícia Civil, o pai da criança havia se separado há três meses da mãe da criança e tinha guarda compartilhada. O que teria ocasionado o término ainda é investigado pela corporação.

Confira os áudios aqui 

Ambos os corpos foram velados e sepultados ainda no domingo. O corpo da criança foi enterrado em Rio Verde. Já Cristiano foi enterrado em Ouroana, distrito da cidade.

Sophia, menina morta pelo pai em Rio Verde — Foto: Reprodução/Instagram
Sophia, menina morta pelo pai em Rio Verde — Foto: Reprodução/Instagram

Depoimento

 

Segundo o delegado Adelson Candeo, o amigo que esteve no local do crime e que recebeu esses áudios prestou depoimento nesta segunda-feira (10). Adelson conta que o homem alegou que Cristiano não tinha histórico de violência.

Apesar disso, o delegado afirma que o suspeito teria premeditado o crime. “No telefone dele, tem várias fotos da menininha antes de tudo isso acontecer. Em uma delas, ela está muito bonitinha, em pé, segurando uma garrafinha na mão, encostada no sofá. É muito triste saber que era os últimos momentos da vida dela”, destaca.

O delegado conta que ainda será ouvido alguns familiares de Cristiano e, por fim, a mãe da criança. Adelson explica ainda que, toda a cronologia dos fatos, só será possível ser desvendada com a conclusão do laudo pericial, que deve ficar pronto em até 15 dias. Já os laudos cadavéricos devem ser encaminhados à delegacia em até cinco dias.

Fonte: Gabriela Macêdo e João Paulo Alexandre, g1 Goiás