Bebê de 1 ano morre por leishmaniose em MS
A SMS (Secretaria Municipal de Saúde) de Corumbá, município distante 428 quilômetros de Campo Grande, registrou primeiro óbito provocado por leishmaniose visceral em 2023. A vítima foi uma bebê de 1 ano e 9 meses, moradora do Bairro Guatós.
Segundo divulgado pela pasta, a criança deu entrada na Santa Casa de Corumbá em 1º de julho com febre, palidez, êmese e plaquetas baixas. Os sintomas persistiam há aproximadamente 10 dias.
Segundo dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde), foram 19 mortes pela doença em 2022. No ano anterior, foram oito e, em 2020, cinco. O ano de 2013 foi o que mais registrou óbitos (21) da série histórica apresentada pela pasta, com base em dados do Ministério da Saúde.
A morte foi registrada em 2 de julho e, no dia seguinte, o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) atestou que o óbito foi provocado pelo protozoário Leishmania chagasi, transmitido por meio da picada do inseto flebotomíneo (Lutzomyia longipalpis), popularmente conhecido por mosquito-palha, que pode atingir pessoas e animais, principalmente os cães.
Segundo a secretaria, são 37 notificações da doença neste ano, mas 33 deram negativo, 3 positivos e 1 segue em análise.
O CIEVS (Centro de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde), que integra a Gerência de Vigilância em Saúde, reforça a importância do diagnóstico precoce da doença, que tem tratamento e cura na maioria dos casos.
A Secretaria de Saúde corumbaense afirma que tem realizado ações para sensibilizar a população sobre a transmissão da doença, o manejo ambiental para controle do vetor e a guarda responsável dos animais de estimação. O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) da cidade disponibiliza testes rápidos para animais que estejam com suspeita da doença, sendo necessário apenas levar o animal ao local.
A doença – A leishmaniose visceral é uma doença grave que afeta animais e pessoas e é transmitida pelo mosquito-palha. Em humanos caracteriza-se como uma doença crônica, sistêmica, com febre de longa duração, perda de peso, fraqueza e perda de energia, anemia, aumento de baço e fígado. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos.
No cão, principal reservatório e fonte de infecção no meio urbano, a doença caracteriza-se por febre irregular, apatia, emagrecimento progressivo, descamação e úlceras na pele, especialmente no focinho e nas orelhas, além de conjuntivite, paralisia das patas traseiras, fezes sanguinolentas e crescimento exagerado das unhas.
Em geral, de acordo com a SES, os casos costumam ser mais frequentes em homens (60%), sobretudo na faixa etária entre 20 a 49 anos (46%). Febre e fraqueza (67%) são os sintomas mais comuns.
Por Guilherme Correia – CAMPO GRANDE NEWS