Seca nos EUA ameaça colheita no cinturão agrícola
Quando os custos dos alimentos começaram a mostrar sinais de alívio, depois da disparada de preços com a pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia, um novo fator ameaça uma alta nos valores: a seca no Meio-Oeste dos Estados Unidos, cinturão agrícola do país.
A inflação dos alimentos no país havia diminuído nos últimos meses à medida que os preços dos grãos caíam.
No início de junho, porém, o temor de colheitas prejudicadas pela seca e campos abandonados começou a elevar os preços das matérias primas usadas nos alimentos.
No entanto, chuvas esparsas nos últimos dias trouxeram esperança para as colheitas, moderando os aumentos de preços.
De acordo com o Monitor de Seca dos EUA, quase um terço das Grandes Planícies e quase dois terços do Centro-Oeste enfrentam pelo menos uma seca moderada.
As secas extremas ou excepcionais têm prejudicado o solo nos estados de Kansas, Nebraska, Oklahoma, Texas e Missouri.
O medo é que ocorra uma seca como em 2012, que fez os preços dos grãos disparassem.
“As próximas três ou quatro semanas serão cruciais”, disse a co-fundadora da Consus, empresa de consultoria para agricultores, Angie Setzer.
Consequências da seca
Os preços de uma grande variedade de culturas agrícolas atingiram níveis próximos de recordes após a invasão da Ucrânia pela Rússia, uns dos principais exportadores de grãos.
O conflito alimentou a inflação e ameaçou o abastecimento de alimentos em países de baixa renda, até a Organização das Nações Unidas (ONU) intermediar um acordo para que os grãos passassem pelo Mar Negro.
Subsequentemente, os preços recuaram, mas os mercados de commodities entraram em um novo período de incerteza com o acordo prestes a expirar em julho – exatamente quando o clima mais quente e seco tende a atingir as fazendas americanas.
Nas negociações da Bolsa de Chicago, os contratos para futuras entregas de trigo vermelho macio aumentaram mais de 11% desde o início de junho.
Os preços da aveia subiram 8,5% no mesmo período. O óleo de soja, usado para fritar e assar, além de ser um combustível de baixo carbono para caminhões, subiu 32%.
O milho caiu cerca de 4,5%, depois que chuvas recentes reverteram uma forte alta no início de junho.
Canal rural -Por Estadão Conteúdo