Vídeo mostra funcionária dançando e rindo entre agressões que levou cadela morte em pet shop
Vídeos de câmera de segurança mostraram que Laurice Damasceno chegou a dançar e rir entre as agressões à cadela Luma, em um pet shop de Goiânia (assista logo abaixo). A shih-tzu chegou a ficar internada, mas morreu. Na gravação, é possível ver que a funcionária dá socos e enforca Luma, coloca um fone de ouvido, dança e depois joga a cachorra na mesa.
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O g1 entrou em contato com as funcionárias por mensagem na última sexta-feira (23), mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. A N Pet’s informou que todas as funcionárias envolvidas, que eram prestadoras de serviço, não trabalham mais na unidade depois do fato (veja abaixo o posicionamento da unidade).
Imagens da câmera de segurança filmaram toda a sessão de secagem e tosa, que é quando a funcionária deu socos, empurrou e até enforcou a cadela (assista abaixo mais vídeos da agressão). Depois de dar socos e enforcar Luma, que ficou parada na mesa, Laurice pegou o celular, mexeu, colocou fones de ouvido e fez a ‘dancinha’.
Justiça
Josineuma Dantas, de 41 anos, tutora da shih-tzu Luma pede justiça.
“É muito difícil ver seus filhos questionarem Deus sobre os motivos de porquê fez isso com eles… Porque uma pessoa fez essa crueldade…”, desabafou à TV Anhanguera.
Em entrevista à repórter Giovana Dourado, da TV Anhanguera, Josineuma disse que nada vai trazer a cadela de volta, mas a mobilização por justiça pode salvar a vida de outros animais. “Que ela não tenha morrido em vão, que nenhum outro animalzinho passe pelo que a Luma passou e nenhuma outra família passe pelo que a gente tá passando. Só isso que eu quero”, falou emocionada.
O dia do fato
Luma, que completaria três anos em agosto, recebeu atendimento médico veterinário logo após as agressões, mas morreu no dia seguinte. Pelas imagens, é possível ver que Laurice Damasceno, funcionária que foi filmada agredindo a cadela, chegou a empurrá-la. Tatiana Fragoso, outra profissional da unidade, estava na sala durante as agressões, como mostram os vídeos.
“[O pet shop] falou que a Luma não latiu, que ninguém ouviu latido. Como que uma cachorra não late nisso. A Luma sofreu muito, ela era luz, foi uma benção na nossa família e eu quero justiça”, desabafou.
A cadela chegou a ser colocada no chão, mexeu e parou repentinamente, momento em que foi colocada novamente sobre a mesa. Em seguida, com a cadela imobilizada, Tatiana olha para Laurice, aparentemente pergunta algo, ri e chama a proprietária do local.
O pet shop
Em nota, a N Pet’s informou que todas as funcionárias envolvidas, que eram prestadoras de serviço, foram afastadas das funções “por descumprimento das diretrizes do estabelecimento, qual seja zelo e respeito pela saúde e integridade física do animal”.
A empresa disse que Laurice prestava serviços na unidade há dois meses e Tatiana há quatro. Segundo a defesa, o pet shop não havia recebido nenhuma reclamação da conduta de Laurice até o caso divulgado.
O N Pet’s disse que tomou conhecimento do caso após ver as câmeras de segurança, pois as envolvidas não descreveram o que aconteceu. “Laurice não justificou as agressões, após o ocorrido a prestadora não compareceu mais na empresa”, disse a defesa.
Sobre Tatiana, à empresa, ela disse que “não tinha conhecimento das agressões” e chamou a proprietária quando Luma estava desorientada.
Além disso, a empresa manifestou repúdio por conta do “episódio ocorrido com a cachorrinha Luma, vítima da ação brutal da prestadora terceirizada de serviços de banho e tosa, no qual cometeu ação de maus tratos durante o banho e secagem”.
A N Pet’s prestou solidariedade à Josineuma e disse que “está tomando todas providências legais, e continuará a colaborar com todas as formas possíveis ao seu alcance para que a responsável seja punida” (leia nota completa no fim da reportagem).
Detalhes da agressão
A agressão aconteceu na manhã do sábado (17). Segundo Josineuma, a direção do pet shop ligou por volta de 11h e disse para ela ir à clínica veterinária porque ela havia sofrido um acidente.
“Quando eu cheguei na clínica, a Luma não conseguia se mexer, estava com espasmos, não conseguia mexer os olhos e nem latir. Totalmente imobilizada, eu abracei ela e pedi perdão por ter levado ela lá”, disse.
A tutora conta que a cachorrinha não teve nenhuma fratura exposta e chegou a fazer exames de raio-x e tomografia no mesmo dia. De sábado para domingo (18), ela passou a noite medicada. No final do dia, a tutora diz que o veterinário que acompanhava a cadela contou que o animal chegou a tomar uma seringa com água e mexer uma das patas, o que deu esperanças à família, mas na parte da noite, a cadela faleceu.
Por volta de 20h no domingo, Josineuma disse que ligou à clínica em que a cadela estava internada e o médico veterinário pediu que ela fosse ao local. Na unidade, ela foi informada que Luma morreu.
Procurando por respostas sobre o que aconteceu com Luma, Josineuma pediu as imagens das câmeras de segurança ao pet shop. Segundo a tutora, a própria direção do pet shop entregou o material para a Polícia Civil de Goiás (PCGO), que está investigando o caso. No documento, é relatado que Luma sofreu lesões na região da coluna (vértebras).
“Quando me ligaram para falar sobre as imagens, me contaram que a Luma não tinha caído, mas sim, sido agredida por uma funcionária e que eles não tinham visto nada. Falaram que ela não latiu. Na sala, tinha outra funcionária. Eu cheguei a perguntar para ela ‘Você não viu? Você estava lá!’”, disse.
Investigação
A delegada Simelli Lemes, chefe do Grupo de Proteção Animal da PC-GO, informou que a polícia já ouviu a proprietária e uma testemunha. Além disso, solicitou perícia de necropsia do animal e análise das imagens de câmeras de segurança. Após conclusão do laudo, conseguirá confirmar a causa da morte e definir os próximos passos.
Nota da N Pet’s na íntegra
A Empresa N Pet’s, por voz de sua proprietária, em razão do acontecimento no dia 17/06, manifesta repúdio ao lamentável episódio ocorrido com a cachorrinha Luma, vítima da ação brutal da prestadora terceirizada de serviços de banho e tosa, no qual cometeu ação de maus tratos durante o banho e secagem. Diante do triste evento, a prestação imediata de socorro foi providenciada, no entanto, a fatalidade não pode ser revertida, e Luma veio a óbito.
A Empresa REPUDIA qualquer ação que cause dor, sofrimento ou lesões a qualquer ser vivo, e por isso, fez questão de encaminhar-se às autoridades policiais e denunciar o ocorrido, prestando todas as informações e imagens necessárias para que seja feita justiça pela crueldade praticada.
Todos os animais merecem ser tratados com dignidade, cuidado e respeito, independentemente da sua condição ou espécie. De modo que a N Pet’s jamais compactuará com o desrespeito desses valores. A N Pet’s sempre priorizou o compromisso ético e a responsabilidade social, norteando os atos com objetivo de respeitar e preservar a vida.
A proprietária reafirma que repudia toda e qualquer tipo de maus tratos contra animais, seja por ação ou omissão, como fez por toda a vida profissional com os pets que esteve sob seus cuidados. Assim, devido a esse lamentável e inaceitável episódio foram encerrados imediatamente o contrato com a prestadora de serviço que ocasionou a morte da cachorrinha Luma, bem como com toda a equipe, para reformulação de todo quadro dos prestadores de serviços. Além de estarem sendo maximizadas as medidas de monitoramento e acompanhamento durante os serviços, tanto pela empresa como pelos tutores.
A N Pet’s está tomando todas providências legais, e continuará a colaborar com todas as formas possíveis ao seu alcance para que a responsável seja punida.
Por fim, a empresa manifesta publicamente solidariedade à tutora da Luma, estando consternada pelo ocorrido, reafirma-se que estamos juntos em busca de JUSTIÇA PELA LUMA!
Por Michel Gomes e Ysabella Portela, g1 Goiás