Ampla Visão:Candidaturas & foguetes & reforma & efeitos

‘COMBU$TÍVEL’ Pregar candidaturas no interior é fácil. Difícil é viabilizar recursos  para motivar companheiros e não deixá-los na mão na hora agá. A divisão da grana do Fundo Partidário sujeita a critérios estranhos, não contempla a todos. O temor é perder a eleição e não poder para pagar as contas: de combustível a cabos eleitorais.

RESSACA:  Sonhos. Que não os tem? A perspectiva de chegar ao poder alimenta a coragem de candidatos a prefeito que às vezes metem os pés pelas mãos. Derrotados, ficam a ver navios. Os seus padrinhos e incentivadores normalmente ‘tomam Doril’ e não cumprem os compromissos de ajuda nos gastos de campanha do parceiro.

1-OPINIÃO: Na Assembleia Legislativa consultei vereadores interioranos sobre o  acordo PSDB e MDB para 2024. Opinião unânime: em suas cidades há basicamente dois grupos políticos, de quem está no poder e de quem está fora dele. Um deles ironizou: “ não esquecemos o foguetório dos adversários na vitória deles em 2020”.

2-OPINIÃO:  Os vereadores ainda criticaram sutilmente as lideranças maiores das duas siglas em questão sob o argumento de que elas não vivem a realidade do cotidiano, onde todos os fatos acabam tendo um viés político. Ao final um deles desafiou a realização de pesquisa para comprovar a postura da população – contrária ao acerto com a oposição.

REFORMA TRIBUTÁRIA:  Assunto delicado que merece melhor estudo. Preocupa também a parte do projeto que prevê o recolhimento dos impostos no destino sem outra compensação. Ora. Nossa maior fonte de receita é o ICMS arrecadado na origem das mercadorias. Exceção dos combustíveis, cujos tributos são cobrados no destino.

LEI KANDIR: Lembra dela? Só nos deu prejuízo ao isentar o ICMS nas exportações. A tal compensação aos Estados foi uma embromação que durou de 1996 a 2020 – ano do acordo com a União. O episódio serve agora como alerta aos governantes dos estados com a mesma matriz econômica, cuja produção é direcionada à exportação.

ENIGMA: O projeto nem passará pelas comissões temáticas para ser aprovado em julho.  A previsão de economistas é de menos impostos para a indústria e o setor financeiro. Mas outros setores (80% do PIB) terão reajustes. Inevitáveis o aumento de preços e a volta da inflação. Pressa para assunto tão importante é uma incoerência.

EM ALERTA: O governador Riedel preocupado e com razão. O assunto é debatido na Assembleia mesmo com a falta de dados e informações técnicas confiáveis sobre o texto da reforma. Até as implicações legais da reforma sobre o Fundersul vem merecendo atenção e ensejando questionamentos válidos neste contexto de incertezas.

CORAGEM: O deputado Pedrossian Neto (PSD) tem tratado de temas significativos.  Unir as comunidades terapêuticas que cuidam dos dependentes químicos, fortalecendo-as com a sua legalização junto ao SUS (Sistema Único de Saúde) é um deles. Essas entidades substituem o poder público e por falta de organização ou orientação deixam  de receber  verbas.

VERDADES: Não adianta virar o rosto ou ignorar os personagens que vivem nas ruas. São párias sociais entregues ao vício por motivos diversos. Mas apenas a ação de entidades religiosas não basta. É preciso dotar o estado de política efetiva municiando as entidades chamadas de comunidades terapêuticas (11 em Campo Grande) com recursos oficiais. O deputado Rinaldo Modesto é um expert no assunto com participação significativa na área.

  1. MOCHI: Justiça seja feita. Em 2015 o deputado foi autor de emenda destinando 1% do ICMS de bebidas, cigarros e cosméticos às instituições atuantes na recuperação de dependentes químicos, alcoólicos e idosos (asilos). Depois foi decidido que esse percentual seria destinado ao Fundo de Investimentos Sociais que incluiu no rol dos contemplados as entidades cuidadoras de crianças e adolescentes.

 ZEBRA: A ‘gloriosa’ FUNAI deve ser contra a Ferroeste no MS devido aos possíveis impactos ambientais e prejuízo aos indígenas. A vistoria caminha neste sentido. Deve-se repetir aqui o caso (no STF) da ‘Ferrogrão’ ligando Sinop (MT) ao Porto de Mirituba no Pará, com 900 kms de extensão. Lá o argumento é que a ferrovia alteraria os limites da reserva natural do Jamaxim.

CONVENHAMOS: Se em termos de tecnologia regredimos, importando de cabide a papel carbono, lideramos em matéria de política ambiental.  Toda obra pública ou privada, depende da aprovação do meio ambiente. Perde-se competitividade como no caso da Ferrogrão, um empreendimento exclusivamente privado ao custo de 12 bilhões de dólares.

‘ PÉROLA’: Aprovado a toque de caixa na Câmara, deve ser ratificado no Senado o projeto da deputada Dani Cunha (filha do ex-deputado Eduardo Cunha) (União Brasil-RJ) que acrescenta mais uma camada de imunidade aos políticos envolvidos em corrupção. Uma espécie de ‘lei de mordaça’ que irá castrar a opinião pública já decepcionada com esse tipo de político estigmatizado.

LÍDIO LOPES: Empenhado na campanha pela conscientização e a inclusão da pessoa com Síndrome de Down na sociedade. Agora viu aprovado seu projeto na Assembleia Legislativa que comemora anualmente em 21 de março o Dia da Conscientização da Síndrome de Dow. Uma iniciativa que vem merecendo elogios da opinião pública.

ROMEU ZEMA: “Não mudei nada. Meus hábitos são os mesmos. Sempre tive uma vida simples, tranquila.  Meu antecessor tinha 7 aviões a disposição, morava num palácio com 32 empregadas. Eu não tenho nenhuma aeronave. Vendi, as que ficaram atendem a saúde e segurança. Moro numa casa e pago minha empregada. Posso dizer que sou um político diferente. Não tenho mordomias e privilégios e não gosto de quem tem”.

APOSTAS: Não faltam quanto as eleições na capital. Pergunta-se: Beto Pereira repetirá o fenômeno Riedel? Quem irá para 2º turno? O eleitor bolsonarista marchará unido ou dispersará entre algumas candidaturas? O PT- se ficar fora do turno final – ficará com quem? Puccinelli será novamente castigado pelos eleitores? O fator Reinaldo pesará até onde? A prefeita Adriane terá tempo para arrumar a casa e se tornar mais competitiva?

NA ÁREA: Ao seu estilo o ex-deputado Paulo Duarte não esconde o otimismo na missão de presidir o PSB estadual à partir do próximo dia 30 de junho quando toma posse no cargo. O que se sabe nos bastidores é que o PSB terá papel de destaque na sucessão da capital com o presidente da Câmara – vereador Carlos A. Borges sendo o nome mais forte para ser o companheiro de chapa do deputado Beto Pereira (PSDB)

IMPORTADOR:  O deputado Renato Câmara (MDB) tem razão: no comércio da capital e interior a maioria dos produtos hortifrutigranjeiros e dos derivados de leite vem de fora. É preciso reverter o quadro para ajudar o pequeno produtor e o consumidor.  Câmara tem ouvido reclamações e sugestões ao participar das Conferencias Regionais da Agricultura Familiar.

PARCEIRO:   O deputado Zeca do PT é outro entusiasta com essas conferencias. Segundo ele, permite que o Governo tenha um diagnóstico detalhado das necessidades para cada região do MS. Zeca lembrou por exemplo que a realidade da nossa região Sul é diferente da região Norte e que ao incentivar esses encontros o Governo Riedel caminha no rumo certo.

Ponto final:

Antigamente não era tão caro passar fome (Fraga)