Amplavisão – BRs, índios, ferrovias e a galinha em perigo

BRILHANDO: Manter a lealdade ao padrinho político na construção de sua própria história e ao mesmo tempo imprimir seu estilo pessoal. Assim defino até aqui a postura agradável e séria – sem sisudez do governador Eduardo Riedel (PSDB). Nos eventos   públicos tem sido acessível, simpático a exemplo da 1ª. Dama Mônica Riedel.

DESAFIO: Na história política temos exemplos de políticos que mesmo eleitos ficaram reféns de outros líderes tidos como referências. A ex-presidente Dilma (PT) é apenas mais um caso, dependente que ficou do ex-presidente Lula. A libertação sem traumas não ocorre por acaso. Exige preparo, habilidade e certa dose de carisma.

SEM CIUME: No caso de Riedel há de se reconhecer e fazer justiça ao ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Suas atitudes ensejam liberdade, interferência zero na gestão de Riedel. Comparativamente lembra a relação entre aquele pai e o filho que ganha autonomia pessoal no enfrentamento dos desafios de uma vida nova.

MÉRITO: Outro mérito de Azambuja foi inovar na escolha de um técnico para sucedê-lo, quebrando a sequência da velha rançosa política. Aliás, a cabeça oxigenada de Riedel tem oportunizado chances e espaços para outros colaboradores na sua equipe.  O atual quadro político-administrativo justifica o lema ‘É pra frente que se anda’.

CALMA! Neste clima de entusiasmo já se fala de reeleição casada com a candidatura de Azambuja ao Senado. Devagar com o andor. O manual mineiro da política prega prudência, admitindo que no ‘correr do caminho’ tudo pode ocorrer. E não se pode ignorar: o cenário nacional está sujeito a chuvas e trovoadas que podem respingar aqui.

CUIABANO devoto de São Benedito, (padroeiro de Cuiabá). Valter Benedito Carneiro cursou veterinária no Rio de Janeiro e iniciou a vida profissional em Dourados onde foi vereador. Deputado estadual por 3 mandatos, foi líder do Governo Pedrossian e presidiu a Assembleia.  Neste dia 27 lança na Alems o seu livro biográfico escrito pelo jornalista Edson Moraes.

RICO POBRE: “Pode ser um país com 214 milhões de habitantes que gera um PIB de apenas 2 milhões de dólares. Rico com um PIB per capita inferior a 10 mil dólares e nos coloca na lista do FMI entre Tunísia e Azerbaijão? Rico com um PIB inferior ao do Canadá, com população 6 vezes menor. Pode ser rico um país cuja economia produz tanto quanto a cidade de Tóquio?” (Percival Puggina)

DOURADOS  O noticiário mostra o ninho tucano efervescente.  Politicamente isso é  bom porque demonstra não haver acomodação com vistas a 2024. Mas um douradense lembra: é cedo para brigar por candidatura e sim fortalecer a sigla também com gente nova. A deputada tucana Lia Nogueira está entusiasmada com essa fase da sigla.

COMPARE: Se aqui a média da tributação das empresas é de 34%, no Reino Unido é de apenas 19%, nos ‘USA é de 25%, no Japão 30%. Portanto, é urgente uma reforma tributária para melhorar o ambiente de negócios. O grave é que não há manifestações animadoras dos congressistas. Acho que é tudo porque eles vivem noutra galáxia.

A PROPÓSITO:  Houve recente auê na mídia só porque disseram que Brasília é uma ‘Ilha da Fantasia’. É que embora não produza nem quiabo, consegue ter a maior renda per capita (R$2.284,00) deixando o pujante São Paulo em 2º lugar com os seus suados R$1.787,00. Aliás o Maranhão segue na lanterna com apenas R$662,00.

ESTUDIOSO:  O exercício do mandato passa pela postura do titular sobre assuntos em pauta. É o caso do deputado Pedrossian Neto (PSD) destaque no debate sobre as rotas do transporte ferroviário – com teses pertinentes já acolhidas pelo Governo Estadual  e que deve encaminhá-las à Agencia Nacional de Transportes Terrestres.

ARGUMENTOS:  Pedrossian lembra a diferença brutal de custos da rota ‘Maracajú-Porto Paranaguá” de R$35 bilhões e apenas R$ 1 bilhão da rota P.Porã-Campo Grande-Mairiporã (SP). Reformar a linha atual é também mais rápido do que o outro trecho   dependente de desapropriações, de ponte de 20 kms, do circuito sinuoso e problemático entre Curitiba e o litoral.

CALIFÓRNIA: 5º PIB do mundo, 1/3 da produção agrícola, renda per capita de US$ 70 mil ano, Agora sofre reveses das políticas públicas: descriminalização de drogas e de furtos até US$950 e alta de impostos. Perdeu 13 mil empresas e 300 mil famílias.  Um alerta ao Brasil e sua reforma tributária que pode impactar na alta do custo de vida, desemprego, na fuga de capital e deterioração social. Não se mata a galinha.

ELEIÇÕES 2026: Tarcísio de Freitas (Rep.), Romeu Zema (Novo) e Eduardo Leite (PSDB) são os nomes para substituir Bolsonaro (PL) se ele for declarado inelegível dia 22 pelo TSE. No caso a direita não morre, devendo se alimentar no antipetismo, nas  falhas do Governo Lula e na falta de nomes de peso no PT para tentar sucedê-lo.

PREPARATIVOS: Sem crise, o PL local em transição. Numa boa o deputado Rodolfo Nogueira (PL) passa o bastão ao deputado Marcon Pollon, a quem caberá reestruturar a sigla para 2024 e a sucessão presidencial. Quanto a senadora Tereza Cristina seguirá seu  caminho no PP,  assumindo compromissos, como aliás já fez para o pleito da capital.

DEPURAÇÃO? É o que parece. Mesmo se Bolsonaro ficar inelegível, a intenção é manter a unidade ideológica da direita – liderada pelo PL. Sem o ‘capitão’ haveria chances de caronas – ou como se diz – de oportunistas – aproveitarem a ocasião e tentarem comandar a oposição ao PT e aos partidos da esquerda.

A NOVELA: Até 2024 o STF decidirá o ‘Marco Temporal’. O ativo deputado Zé Teixeira lembra que as reservas indígenas ocupam 12,5% do país. Aqui são 34,1 mil indígenas em 16,3 mil hectares regularizados antes de 1988 com direitos assegurados. Os restantes (mais de 48 mil índios) ficariam com a ocupação das terras sem respaldo jurídico, fomentando o conflito.

PONTO FINAL: Da chegada do PT ao poder até agora, com seis meses do terceiro governo do Lula, se você olhar o país de cima, vai ver um panelão e um tremendo angu de caroço, com pás mexendo pra cá, pra lá, etc. O povo carrega o peso disso aí. O que mudou, vai mudar? A cor do angu. (zbetosilva@gmail.com)