Mulher diz que esquartejou marido como “porco… fria e sem sentimentos”
Aparecida Graciano de Souza, de 61 anos, contou à polícia como matou e esquartejou o marido na casa onde moravam, em Selvíria, a 400 km de Campo Grande. Entre os trechos do relato, que mais parece ficção, a mulher detalha o crime, afirmando que “sabia como fazer” pois matava porco, além de se descrever “fria e sem sentimentos”.
Os moradores da Rua Sebastião Mirão da Silva, no Bairro da Véstia, já desconfiavam do sumiço de Antônio Ricardo Cantarin, 64. Contudo, não imaginavam que Aparecida teria o matado. A desconfiança aumentou quando a idosa contou que familiares de Antônio teriam chegado de madrugada e o levaram para São José do Rio Preto (SP) para fazer tratamento.
Até então, mesmo com as estranhezas contadas aos vizinhos e o sumiço do idoso, Aparecida continuou seus afazeres normalmente durante a semana e, segundo ela mesmo conta, “conseguia conversar com as pessoas sem qualquer sentimento”. O que mudou tudo foi o achado do tronco do idoso, em uma mala na noite do dia 25, às margens da BR-158. Foi então que a polícia passou a investigar.
Uma vizinha foi ouvida. Ela limpava a casa dos idosos por algumas vezes e relatou que no imóvel havia bastante retalho. Quando o investigador mostrou os retalhos que foram encontrados junto ao tronco na mala, a vizinha confirmou que se tratava dos mesmos que Aparecida usava. Questionada, a idosa acabou confessando o assassinato.
Planejado – Aparecida relata que estava com Antônio há dois anos. Ele era vítima de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e ela mantinha os cuidados ao marido. Contudo, segundo relata, estava cansada de não ser valorizada. Segundo a mulher, Antônio dizia que ela o roubava e fazia ameaças. Então, decidiu matá-lo.
Na manhã de segunda-feira, 22 de maio, foi até uma loja agropecuária e comprou veneno de rato. Ela lembrou que um dia a irmã tomou e quase morreu, então decidiu dar ao marido. Voltou para casa e com argumento que ele precisava tomar remédio, deu o veneno. Antônio permaneceu deitado e “de cinco em cinco minutos”, Aparecida conta que ia ao quarto para saber como ele estava. No início da noite, constatou que havia morrido.
Na manhã seguinte, 23 de maio, ela esquartejou ele sobre a cama forrada com saco plástico. Para que o sangue não se espalhasse, pegou vários panos para ir secando. Aparecida, então, começou a cortar a cabeça, membros superiores e inferiores, sendo colocados em sacos separados e guardados em um freezer. Já o tronco, foi colocado na mala. À polícia, contou que sempre matou porco e “sabe bem como fazer”.
No dia seguinte, 24, o corpo começou a feder e Aparecida chamou dois conhecidos para carregar a mala. Ela relata que não aguentou o peso e, como fazia tapetes para vender, alegou aos dois homens que se tratava de retalhos de tecido. Eles questionaram o fedor e ela inventou que havia jogado veneno de rato e provavelmente havia ratos e morcegos mortos na mala.
Os homens, então, ajudaram a mulher e colocaram a mala no carro. Ela deu carona a eles e os deixou em casa, seguindo sozinha até o ponto onde a mala foi encontrada, na BR-158. Lá, desceu até o carro não ser mais visto na rodovia e deixou a mala.
Na quinta-feira, 25, pegou as outras partes que estavam em sacos no freezer e colocou dentro do carro. Contudo, o veículo não pegou e ela teve que devolver ao refrigerador. O mecânico foi chamado, arrumou o carro e somente na sexta-feira (27) ela conseguiu seguir com o plano.
A mulher colocou as partes novamente no veículo e saiu na rodovia, sentido a Três Lagoas, procurando “um lugar mais fácil para esconder”. Em determinado local, achou um barranco e jogou os sacos. Em seguida, urinou perto de uma árvore e voltou para casa.
Por Dayene Paz – CAMPO GRANDE NEWS