Viagem a MS salvou mãe de ser morta em crime encomendado pela filha
Uma viagem para visitar a mãe em Aparecida do Taboado (MS), salvou uma mulher de ser morta em crime encomendado pela própria filha. A família mora na cidade de Votuporanga, interior de São Paulo. A filha, Viviane Moré, foi presa na segunda-feira (22), sob suspeita de ter ordenado os assassinatos do pai, da mãe e do irmão.
Já outras duas vítimas não tiveram a mesma sorte. O crime ocorreu na madrugada do dia 11 de maio, no sítio da família, no interior paulista. O proprietário Wladmyr Ferreira Baggio, de 56 anos, e o filho Vitor Moré Baggio, de 22, foram encontrados amarrados em cadeiras e com os olhos vendados na cozinha do sítio. Nos corpos, marcas de tiros e sinais de espancamento. Vitor chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Inicialmente, a investigação apontava um latrocínio. Aprofundadas as diligências, a polícia descobriu que o plano seria forjar um roubo, então chegou até Viviane. Uma câmera de segurança flagrou o encontro entre ela e os dois executores do crime, três dias antes, em um posto de combustível da cidade.
Com as diligências, versão dos dois executores – presos – e testemunhas, a polícia acredita que Viviane planejou o crime para herdar sozinha a herança de aproximadamente R$ 2 milhões. Ela e o marido, advogado Carlos Ramos, pagariam R$ 30 mil aos executores, sendo R$ 10 mil de cada vítima morta.
Contudo, o plano não deu completamente certo, pois a mãe de Viviane sobreviveu. Ela viajou às pressas para visitar a mãe, que estava doente, no interior de Mato Grosso do Sul que fica um pouco mais de 130 km da cidade de Votuporanga.
Wladmyr tinha um estabelecimento comercial na cidade paulista, sendo que morava com o filho Vitor e a esposa na chácara, próxima ao aeroporto de Votuporanga. O patrimônio do casal, entre bens e dinheiro, foi avaliado em cerca de R$ 2 milhões.
O casal – Viviane e Carlos Ramos não tinham passagens pela polícia. A Justiça decretou a prisão preventiva deles. Os quatro acusados vão responder por latrocínio duplo com agravantes.
Ao Estadão, a advogada Mariflavia Peixe de Lima, que assumiu a defesa do casal, disse que os investigados têm direito à ampla defesa e ao contraditório. “Qualquer afirmação sobre a situação antes de uma sentença transitada em julgado, essa defesa abomina”, disse, em nota.
Por Dayene Paz , Campo Grande News