Advogado de autor de chacina de Sinop, em Mato Grosso, é baleado em escritório

 O advogado Marcus Vinicius Borges, que ganhou fama por defender um dos autores da chacina de Sinop, em Mato Grosso, foi baleado na tarde da última quinta-feira, 23, em seu escritório. Borges foi socorrido por seu pai, que presenciou a tentativa de homicídio. O advogado não corre risco de morte.

Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso, o próprio advogado acionou a equipe de Divisão de Homicídios, da Delagacia de Sinop. No hospital, os agentes da polícia foram recebidos pelo pai de Marcus Vinicius.

De acordo com informações colhidas pela polícia até o momento, um homem chegou ao escritório de Marcus Vinicius se apresentando como um cliente. O advogado pediu que ele aguardasse para ser atendido. Logo em seguida, chegou ao local um outro homem, empunhando uma arma de fogo.

O pai de Marcus Vinicius teria entrado em luta corporal com um dos suspeitos e, neste momento, teriam sido ouvidos disparos na sala do advogado. A vítima também participou do embate, e os suspeitos acabaram fugindo.

A Polícia Civil ainda não identificou quem foram os autores do crime, que está sendo tratado como tentativa de homicídio. Na manhã desta sexta-feira, 24, um veículo, que supostamente teria sido utilizado pela dupla foi encontrado abandonado no bairro Jardim das Oliveiras, em Sinop.

O veículo é um Ford Fiesta preto, que havia sido roubado no fim da tarde de quinta-feira, na mesma região onde está localizado o escritório do advogado.

Fama nas redes sociais

O advogado criminalista Marcus Vinicius Borges gosta de “ostentar” nas redes sociais. Em um perfil nas redes sociais, Borges compartilha sua vida com mais de 35 mil seguidores, com publicações que costumam ser polêmicas – a exemplo de uma que foi fixada por ele em sua página, em que comemora a absolvição de um homem acusado de estuprar uma mulher em Sinop. Nos comentários, mulheres criticaram o tom da postagem.

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Sobre o caso da chacina em Mato Grosso, o advogado defende que seu cliente não teve a intenção de matar a criança que estava no local, sem citar as outras seis vítimas, e que ele estaria arrependido de ter cometido o crime, mas que iria arcar com as “consequências jurídicas do processo”.

Chacina em Sinop

Na chacina em Sinop, no interior de Mato Grosso, sete pessoas foram mortas, entre elas uma menina de 12 anos, em fevereiro deste ano. Os suspeitos dos crimes, Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, e Ezequias Souza Ribeiro, de 27, foram identificados por imagens das câmeras de segurança do bar em que mataram as vítimas.

Segundo a polícia, o crime foi motivado pela derrota numa série de partidas de sinuca, nais quais havia dinheiro envolvido como aposta.

Ribeiro foi morto em confronto com policiais no dia seguinte da chacina; já Oliveira se entregou à polícia dois dias depois.

MARIA CLARA ANDRADE – TERRA