Federação proíbe mulheres trans em provas internacionais de atletismo
Federação proíbe mulheres trans em provas internacionais de atletismo
A World Athletics (Federação Internacional de Atletismo) anunciou, nesta quinta-feira, que mulheres transgênero estão proibidas de disputar eventos internacionais na categoria feminina.
A partir do próximo dia 31, atletas transgênero que passaram pela puberdade masculina não poderão competir em eventos válidos pelo ranking mundial feminino. Vale ressaltar que não há, atualmente, transgêneros em disputas internacionais desta modalidade.
Decisão da entidade vale a partir do fim deste mês — Foto: REUTERS/Phil Noble
Presidente da World Athletics, Sebastian Coe, frisou que a determinação não é definitiva e, portanto, poderá ser revista futuramente.
– Decisões que envolvam necessidades e direitos conflitantes entre grupos distintos são sempre difíceis. Continuaremos com a visão de que devemos manter a justiça para as atletas femininas acima de todas as outras considerações. Vamos nos guiar pela ciência no tocante à performance física e à vantagem masculina que, inevitavelmente, se desenvolverá nos próximos anos. Conforme mais evidências forem aparecendo, vamos revisar nossa posição, mas acreditamos que a integridade da categoria feminina no atletismo é fundamental.
O Conselho da World Athletics vai criar um Grupo de Trabalho por 12 meses para analisar a questão com profundidade. Além de um presidente independente, haverá até três Membros do Conselho, dois atletas da Comissão de Atletas, um atleta transgênero, três representantes das Federações Membros e representantes do Departamento Mundial de Saúde e Ciência do Atletismo.
O objetivo do grupo será consultar especificamente atletas transgêneros para obter suas opiniões sobre competir no atletismo, encomendar novas pesquisas e apresentar recomendações ao Conselho.
O caso de atletas DSD (com diferenças no desenvolvimento sexual) também foi considerado pela World Athletics. O Conselho votou pela redução na quantidade de testosterona no sangue permitida nestes casos. Atletas – como a sul-africana Caster Semenya -, precisarão diminuir o nível de testosterona, ficando assim por dois anos para competirem internacionalmente no feminino.
Federação de Atletismo da Rússia é reintegrada
O Conselho aprovou a recomendação da Força-Tarefa da Rússia de que a RusAF (Federação de Atletismo da Rússia), suspensa por sete anos devido ao escândalo de doping, seja reintegrada após cumprir todos os requisitos do plano de reintegração, o que foi confirmado por uma auditoria independente.
A RusAF, contudo, terá que cumprir um conjunto de 35 Condições Especiais para garantir que as reformas antidoping sigam vigorando.
O Conselho também reforçou o banimento da Rússia e de Belarus das competições da World Athletics. A decisão tomada neste mês exclui atletas destes países devido à guerra promovida contra a Ucrânia.
GE