PF prende 6 em operação contra facção que planejava matar Senador e ex juiz Sergio Moro

Operação cumpre mandados de prisão e busca e apreensão em São Paulo, Paraná – onde estão os principais alvos – Rondônia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.

A Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) prendeu, na manhã desta quarta-feira (22), pelo menos seis pessoas suspeitas de integrar uma facção criminosa que planejou a morte de agentes públicos e autoridades, entre elas o senador Sérgio Moro (União Brasil).

A operação cumpre 24 busca e apreensão e 11 de prisão nos estados de São Paulo, Paraná, Rondônia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. No total, De acordo com apuração do g1 Campinas e da EPTV, afiliada da TV Globo, a maior parte dos alvos está na região de Campinas. As ordens foram cumpridas em:

  • Americana1 mandado
  • Sumaré7 mandados
  • Hortolândia2 mandados
  • Santa Bárbara d’Oeste2 mandados
  • Nova Odessa1 mandados

 

Os seis presos da região, quatro homens e duas mulheres, foram levados para a Delegacia da Polícia Federal em Campinas. Os nomes dos alvos não foram divulgados até a última atualização desta reportagem. Os outros investigados no estado de São Paulo estão em São Bernardo do Campo (1), Diadema (1), Guarujá (7) e Andradina (1).

A facção atua dentro e fora dos presídios brasileiros e internacionalmente. Quando era ministro de Segurança Pública, no governo Bolsonaro, Moro determinou a transferência do chefe da facção, o Marcola, e outros integrantes para presídios de segurança máxima. À época, o senador defendia o isolamento de organizações criminosas como forma de enfraquecê-las.

Além de homicídio, os suspeitos pretendiam sequestrar autoridades públicas, segundo a PF. Os policiais identificaram ainda que os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea. Outro alvo do grupo era Lincoln Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente (SP).

Suspeito preso pela PF de Campinas em operação contra morte de agentes públicos — Foto: Wesley Justino/EPTV
Suspeito preso pela PF de Campinas em operação contra morte de agentes públicos — Foto: Wesley Justino/EPTV

Investigações

 

De acordo com os investigadores, os planos seriam retaliação de integrantes da facção criminosa por causa de uma portaria do governo que proibia visitas íntimas em presídios federais, além do pacote anticrime. Atentados eram planejados desde o ano passado, segundo a investigação.

Os alvos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços de Sergio Moro. A família do senador também teria sido monitorada por meses pela facção criminosa, apontam os investigadores.

Nas redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou a operação e confirmou que as vítimas seriam um senador e um promotor de Justiça.

Por meio de uma rede social, Moro afirmou que vai fazer um pronunciamento sobre ser alvo de ameaças de um grupo criminoso.

“Sobre os planos de retaliação contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado”, cita a postagem.

* Por Marcello Carvalho, João Alvarenga, Wesley Justino e Felipe Pereira, g1 Campinas e Região, EPTV e CBN Campinas