Caso Sophia: mãe e padrasto são denunciados à Justiça por homicídio, estupro e omissão
Menos de uma semana após a conclusão do inquérito policial, a Promotoria de Justiça de Mato Grosso do Sul denunciou, nesta quinta-feira (9), o padrasto e mãe de Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos, por homicídio duplamente qualificado, estupro de vulnerável, e no caso dela, omissão de socorro.
Stephanie de Jesus Da Silva e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia, seguem presos.
De acordo com a denúncia da Promotoria de Justiça , Stephanie foi denunciada por homicídio doloso por omissão, por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos. Christian, o padrasto, foi denunciado por homicídio triplamente qualificado, por motivo motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos e por estupro de vulnerável.
O laudo de necrópsia do corpo da menina, emitido pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), apontou que a causa da morte foi por traumatismo na coluna cervical e confirmou que a Sophia foi estuprada.
A denúncia foi encaminhada para o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.
Após analisar o caso, o magistrado vai decidir se aceita ou não a denúncia para dar andamento a ação penal contra os suspeitos.
Desdobramento do caso
Em depoimento, a mãe de Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos, confirmou que sabia que a menina estava morta quando procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Coronel Antonino, no dia 26 de janeiro.
“O médico legista constatou que Sophia foi morta entre 9h e 10h do dia 26 [de janeiro, sendo que ela foi encaminhada para a UPA somente às 17h. No período da tarde, ela já estava morta, e a mãe e o padrasto estavam em casa”, disse a delegada Anne Karine Trevisan durante entrevista coletiva.
Na coletiva, a delegada Anne Karine Trevisan informou ainda que durante o período que a menina estava em casa, já sem vida, a mãe e o padrasto tentaram criar uma narrativa que explicasse a morte. “Durante o depoimento, a mãe disse que a Sophia tinha passado mal, estava com a barriga inchada por ter comido muita maionese. O padrasto ficou em silêncio e não quis se manifestar”.
A quebra de sigilo telefônico do casal mostra que os dois sabiam das implicações da morte da menina de 2 anos e 7 meses e tentavam criar uma história para contar à polícia. “Inventa qualquer coisa, diga que ela caiu no parquinho”, escreveu o padrasto da criança.
O g1 teve acesso a dois boletins de ocorrência registrados por Jean Carlos Ocampo, pai de Sophia, ns quais ele relatou maus-tratos. O homem fez inúmeras denúncias no Conselho Tutelar e tentou conseguir a guarda nos últimos 13 meses.
Na casa onde a criança morava, bitucas e caixas de cigarro foram estavam espalhadas na varanda. Havia também garrafas de bebidas alcoólicas.
Por Maressa Mendonça e Rafaela Moreira, g1 MS