Ampla Visão: André, Fábio e Mandetta: qual o futuro deles?

JOSÉ FRAGELLI, se vivo, e na Câmara, seria obstáculo das concessões de benefícios como Arthur Lira fez há pouco. O ex-deputado Felipe Orro lembra da postura de Fragelli,  divergente dos colegas de viagem oficial à Europa. Ele propôs devolver, sem sucesso, o dinheiro dos dias em que ficaram na Itália, onde Fragelli também visitou parentes. Hoje, seria trucidado.

LACUNA:  Por decisão pessoal Felipe Orro não concorreu a reeleição após 3 mandatos com 800 indicações e 70 projetos apresentados. De excelente perfil e cultura política, coerente, agradável, de diálogo aberto, fará falta no parlamento estadual como representante da região pantaneira. Só o futuro dirá se ele retorna ao cenário político.

JUNIOR MOCHI:   Fez um discurso leve, sem paixões e sem  frases  irônicas de duplo sentido. Experiente, focou na responsabilidade da Casa e da sua responsabilidade com os municípios, independentemente de partidos. Para os observadores, Mochi deu sinais de aproximação, de uma convivência pacífica com o Governo Riedel. Político da paz!

AMARILDO CRUZ (PT): Sua fala equilibrada na sessão inaugural da Alems atraiu a atenção, arrancou aplausos. Elogiou os projetos do governador Riedel e sutilmente apontou as lacunas que ferem a dignidade devido as desigualdades sociais. Pediu ações em prol de índios, quilombolas e desassistidos. Lembrou que a igualdade preconizada no regime democrático inclui esse dever do Estado e o direito destas pessoas.

JOÃO CATAN: De forma serena deixou claro na tribuna sua fidelidade partidária ao PL e ao ex-presidente Bolsonaro, ressaltando que as divergências ideológicas e partidárias são próprias do regime democrático. Ao final abordou os critérios dos valores na concessão das emendas parlamentares, segundo ele, inferiores ao do vizinho Mato Grosso. Foi bem.

JERSON CLARO: Em certas situações a experiência na vida pública conta muito. Acompanhei a postura e fala dele na eleição e na sessão inaugural da Alems. Cuidadoso e seguro, não atravessou o sinal. Achei até que ensaiou para não ferir a vaidade de quem quer que seja. Fez vários agradecimentos, em especial ao seu guru Londres Machado.

MARA CASEIRO: Elegante também na construção de linguagem, ela demonstrou maturidade parlamentar em seu pronunciamento. Desvinculou o tema da fala do seu desempenho eleitoral e de sua pretensão legítima e natural de disputar a presidência da Alems. Com isso ela saiu engrandecida no partido e junto ao Governo. Isso é política!

ZECA DO PT:  O deputado até concorda que Lula anda mordendo a língua, mas precisa  também rever sua postura um tanto quanto exagerada nesta volta ao parlamento estadual. Com seu currículo reconhecidamente bom, parece-nos dispensável certas atitudes e gestos de efeitos midiáticos. A autenticidade não autoriza excessos. Menos please!

SOCORRO: Deputado Jr. Mochi (MDB) preocupado com o futuro da região norte com economia centrada no agro.  Vai pedir incentivos fiscais ao governo estadual para atrair empregos e gerar renda. E mais: Mochi vai à Brasília pedir audiência pública ao Ministro dos Transportes para resolver o impasse vergonhoso da concessão da rodovia BR-163.

MARCIO FERNANDES: Quer superar Londres Machado com 13 mandatos. Hoje no 5º mandato – Marcio tinha 27 anos de idade ao se eleger deputado pela primeira vez em 2006. Só perde para Odilon Nakasato, eleito com 23 anos em 1979. São apenas 9 deputados no 5º mandato e que foram eleitos, excluindo os suplentes Amarildo Cruz e Rinaldo  Modesto que assumiram depois.

LIA NOGUEIRA: A deputada douradense pelo PSDB diz estar à vontade, sem medos e preocupação para exercício do mandato. Entende que a vereança em Dourados, acabou dando-lhe uma bagagem razoável e mais intimidade com a vida pública. Além do mais,,  a experiência no jornalismo foi determinante para vencer esse desafio. ‘E outros virão’.

MIRANTE:  Nestes dias solenes conversei com várias pessoas no saguão da Assembleia Legislativa. Prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e gente influente em suas cidades. Insisti na pergunta sobre a gestão de Reinaldo Azambuja. Satisfação geral! Todas, com o sorriso aberto, elogiaram e citavam as obras e os benefícios. Um aviso aos navegantes de 2024.

JOGO BRUTO:  Os eleitores, na sua maioria, sem noção da importância estratégica dos cargos de presidente do Senado e Câmara Federal. Cada um deles, tem o poder oceânico de – por exemplo – de seu presidente pautar uma PEC, um projeto de lei, ou até mesmo (pasmem!) o pedido de impeachment do presidente da república ou de um ministro do STF. Os estragos – imensuráveis!

 E AGORA? O ex-deputado Fabio Trad e o ex-ministro Luiz H. Mandetta serão atingidos  politicamente pelo revés de Marquinhos Trad?  O primeiro, após divergir do Governo Bolsonaro, ainda fez acenos e elogios ao Governo Lula, revoltando parte de seus eleitores. O segundo, após ser demitido, passou a criticar Bolsonaro no episódio da Covid-19.

SEMPRE ELA: A opinião pública seria o que as pessoas acreditam que as outras pessoas pensam. Neste caso, tanto Fabio como Mandetta com dificuldades de encontrar espaço  como protagonistas. Explico: o pleito de 2024 é municipal – a popularidade pesa mais que a intelectualidade e o quadro na capital está congestionado para os cargos majoritários.

SEM RUMO?  Nem tanto, mas difícil. Fabio, pelo estilo sóbrio , não possui o estereótipo populista imprescindível no pleito municipal. Evidente, isso não lhe tira o mérito de intelectual preparado que brilhou na Câmara, mas que no embate ‘bairro a bairro’ – corpo a corpo – numa disputa majoritária, talvez não acrescente ou capte os votos necessários.

MANDETTA: Outro naufrago do ‘tsunami’ que atingiu o ‘oceano eleitoral’.  Sem grupo político consolidado, de perfil elitista, não deu ainda sinais de protagonista para 2024. No União Brasil tem a concorrência de Rose Modesto como pré-candidata à prefeitura da capital. Ele ainda corre sério risco de cair no anonimato se não produzir fatos políticos.

1-PUCCINELLI: Outro que caiu do barco. Sem poder foge da solidão. Aquela imagem altiva depredada. Passou a frequentar as redes sociais com objetivos óbvios, vendo uma pontinha de esperança em 2024 – custe o que custar e com quem for preciso estar. Mas almeja ser o protagonista no partido e grupo, ambos em curva descendente.

2-PUCCINELLI: Sem ninguém no Congresso, o MDB perdeu força na direção nacional. Com a federalização PSDB/MDB, será que André caminharia ao lado do deputado federal Beto Pereira (PSDB) pré-candidato a prefeito? Ele, filho do ex-senador Valter Pereira,  MDB, impedido por André de disputar a reeleição em 2010 pelo MDB. Lembrando John Kennedy: “Perdoe seus inimigos, mas não esqueça seus nomes”.

AUTOCRÍTICA: Escassa também na política. É a conclusão após ler a notícia de que a ex-deputada Joice Hasselmann quer disputar a prefeitura paulistana. Ela, que em 2018 obteve 1.078.666 mil votos para deputada federal (por São Paulo), em 2022 chegou  a 13.679 votos tentando a reeleição. Neste caso a falta de autocrítica uniu-se a soberba.

 PILULAS DIGITAIS:

 Com a morte do otimismo, o pessimismo se transformou em nossa última e delirante forma de esperança. (Millôr)

 Pergunto-me como viverá a inteligência pública agora, uma vez que Bolsonaro se foi. Ao invés de xingá-lo,

vamos babar no Lula o tempo todo? (Luiz Felipe Pondé)

 Político profissional jamais tem medo do escuro. Tem medo é da claridade. (Millôr)

 Quase 1 milhão de pessoas com o nome sujo no MS. (Correio do Estado)

 Quem tem ações das Lojas Americanas está dormindo e feliz?  (na internet)

 Falta combustível ao Governo no Congresso. Sem o coração do centrão vai

sobrar pista e faltar tanque. (Mario Rosa)

 Ser louco é única possibilidade de ser sadio nesse mundo doente. (Leandro Karnal)