O primeiro fator de alta destacado pela consultoria são as perdas na safra norte-americana
Muitos fatores podem influenciar o preço do milho num futuro próximo, tanto para subir, quanto para baixar. De acordo com a TF Agroeconômica. a produção mundial deverá recuar, nesta temporada em cerca de 0,51% ou 5,93 milhões de toneladas. A expectativa em dezembro era de uma produção de 1.161,86 milhões de toneladas e a de janeiro caiu para 1.155,93 milhões.
O primeiro fator de alta destacado pela consultoria são as perdas na safra norte-americana de milho, que já teve a segunda maior perda, agora, ou seja, 5,09 milhões de toneladas, passando de 353,84 milhões de toneladas para 348,75 milhões. As perdas na Argentina também influenciam, já que foi o país que mais perdeu. “A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu mais uma vez sua estimativa de produção de milho para 45,5 milhões de toneladas, contra a expectativa inicial de 55 MT. O relatório do USDA ainda coloca a produção argentina em 52MT, mas a da BCBA é mais correta”, comenta.
O Brasil perdeu menos, mas também perdeu. “O Brasil perdeu 1,0 MT, segundo o USDA de janeiro e apenas 770,39 mil tons, segundo a Conab de janeiro. Provavelmente o relatório de fevereiro da Conab incorpore mais perdas no RS porque, segundo relatório da RT de Cooperativas, recebido ontem divulgado nesta sexta-feira (20/01), estima que em áreas de milho sequeiro (sem uso de irrigação), em média, os prejuízos relacionados à quebra de safra já alcançam 53 % em relação à expectativa de produção inicialmente traçada pelas cooperativas”, completa.
Dentre os fatores de baixa, na maioria dos estados produtores os preços do milho recuaram ao invés de subir, desde o início da safra, ou não subiram significativamente. “Nos estados do Sul o preço mágico de balcão era de R$ 90/saca e isto não foi atingido; no Centro-Oeste, era de R$ 80/saca e, também, não foi atingido. Com isto, os produtores foram segurando as suas vendas, desfazendo-se apenas do necessário para pagar as contas”, indica.
O Dólar menor também não ajuda, assim como a demanda mundial. “O conjunto dos maiores importadores mundiais consumiu 132,43 milhões de toneladas na safra 2020/21, subiu para 136,21 MT na safra 2021/22 e a expectativa é de um recuo drástico para 119,67 MT na safra 22/23, segundo o último relatório do USDA”, conclui.