Ampla Visão: Eleições: chove candidatos, faltarão vagas

20/01/2023

07:05

MANOEL AFONSO

CONCILIADOR: Em sua trajetória na vida pública Jerson Domingos justifica esse cognome e seus sinônimos (afável, ameno, amistoso, cortês, gentil, polido, suave). Agora como Conselheiro Presidente (temporário) do Tribunal de Contas, não tem sido diferente na sua postura reconhecida por todos. Jerson é espécie rara em tempos de tanta soberba.

SOBERBA: Floresce nos corredores dos poderes em todos os níveis. É o orgulho excessivo, a altivez, a arrogância a presunção. Aliás, início de ano é uma época oportuna para tocar no assunto invocando a Bíblia em ‘Isaías 14:11’:  “Sua soberba foi lançada na sepultura junto com o som das suas liras; sua cama e de larvas, sua coberta, de vermes. ”

DE LEVE: Paulo Maluf, Jair Bolsonaro, Lula, George Bush e Donald Trump podem ser considerados alguns dos personagens públicos que em alguns momentos se comportaram com autoconvencimento exagerado. Por interesses e corporativismo a mídia até fingiu não destacar o tom arrogante deles, mas prevaleceu o olhar pontual da opinião pública.

PRAGA: Tarquínio – O Soberbo – marcou de forma negativa na Roma 496 A.C.   George Bush ( pai)  se dizia o melhor comparando a capacidade de Bill Clinton e do vice Al Gore a da sua cachorra Millie. Perdeu as eleições. No mesmo tom arrogante, ridicularizando a concorrência, Trump xingava Joe Biden de ‘Joe Sonolento’. Dançou!

BOM SABER: Até 1950 moravam na roça 64 % dos brasileiros. Hoje são 25%. No Sudoeste  7%. Nos ‘U.S.A’, líder na produção de alimentos, 77% da população reside nas cidades. A tecnologia explica o sucesso do latifúndio/empresa brasileiro contra a  ideia da reforma agrária numa época em que sobravam terra ociosa e gente no campo.

DA ASSEMBLEIA: Adeptos da boas relações, Marcio Fernandes, Jr. Mochi e Renato Câmara almejam a 1ª. vice presidência da Casa. Todos têm bom senso para aferir que os tempos são outros, diferente da época em que o MDB era o todo poderoso. Hábeis – são deputados com bom trânsito junto aos colegas e ao Governo Estadual. Isso conta.

‘BORBULHAS’: As eleições da mesa diretora do Legislativo Estadual têm ingredientes especiais. Ali não há ingênuos.  Alguém já comparou a situação atual aos momentos que antecedem a cobrança de pênalti no futebol. Basta um descuido do pretenso ‘cobrador’ para outro jogador vindo de trás surpreender – chutar e fazer o gol.

‘O TABULEIRO’: No vácuo de Bolsonaro há 3 nomes – com estilos diferentes – para ocupar a liderançaoje contra o PT :  os governadores  Romeu Zema (Novo) de Minas Gerais; Eduardo Leite (PSDB) do Rio Grande do Sul e Tarcísio de Freitas (Republicanos) de São Paulo. Deles, Zema (Chico Bento) tem sido o crítico mais mordaz do Governo Lula.

‘UM SAARA’: Com Bolsonaro fora do cenário, não se pode dizer que determinado político preenche todos os requisitos para herdar os votos dos eleitores da direita e do centro. Na verdade estamos vivendo num deserto de lideranças. Exceto se algum fato excepcional ocorra e mude o quadro, apenas os 3 nomes teriam alguma chance de êxito.

ELEIÇÕES 2024: Bastou virar o ano (2022/2023) e as atenções se voltaram para a sucessão municipal. Os observadores de plantão, comparáveis aos ‘torcedores técnicos’ da seleção de futebol. Opinam, apontam nomes, buscam na memória fatos como subsídios aos seus argumentos. A política e o futebol provocam esse sentimento ou reação popular.

NOMES: Apesar do fator tempo, das incertezas do cenário político e econômico, o que não faltam são aqueles interessados em participar. Percebe-se na capital e em várias cidades – já é possível delinear um esboço do futuro quadro eleitoral. O fenômeno de atração/sedução que o poder exerce sobre o homem é algo simplesmente fantástico.

ARMADILHA? Sim ou não. O profissional, o empresário de sucesso – exemplos de quem – em tese – deveriam manter distância da política. Mas a ideia sucumbe pela difícil leitura do que se passa no cérebro deles. É como tentar entender os mistérios do coração  apaixonado. A atração pelo poder é o caminho natural para tentar massagear o ego.

DO LEITOR: “Lembra? No impeachment de Dilma a esquerda comandou quebra quebra no gramado do Congresso; na Reforma da Previdência idem, assim como na Bolsa de Valores das Privatizações, além da destruição de laboratório pela Vila Campesina…( )…Lula e Boulos, sem razão ou moral para criticar o quebra quebra em Brasília ”.

HERANÇA: Como diz a canção: “Não está sendo fácil…” A prefeita Adriane Lopes (Patriota) vai gastando o seu estoque de recursos para viabilizar a sua administração na capital. Os desafios se sucedem – exigindo habilidade inclusive nas relações e parcerias com o Governo Estadual e vereadores. Vem aí 2024 e o fator político já começa a pesar.

‘A HERDEIRA’: Cautelosa, a prefeita Adriane não avança o sinal nas declarações e postura. É ciente do rumo das eleições municipais, do jogo pesado, e que o PSDB quer emplacar Beto Pereira (deputado) candidato.  Pesa contra ela a falta de um grupo político próprio para lhe dar suporte, o que a obriga ao exercício diário de malabarismo.

‘MUY AMIGOS’: Grave a decisão unilateral da Argentina em cobrar pedágio (U$$1,47 por tonelada) das embarcações que navegarem no trecho argentino do rio Paraguai.  Vai impactar no custo das nossas exportações de soja e do minério de ferro principalmente.  Com a palavra os nossos parlamentares federais. Ora! Não há férias para opiniões.

OPINIÃO: Experiente, o ex-ministro Nelson Jobim entende que a retaliação do Governo contra os ataques em Brasília e as críticas de Lula às Forças Armadas não ajudam e  podem até fortalecer a radicalização bolsonarista. Espera-se que o presidente  não insista na fala aos militares naquele mesmo tom. Sereia tentar apagar incêndio com gasolina.

PERFIL: Carlos Fávaro, Ministro da Agricultura, 58 anos de idade, nasceu em Bela Vista do Paraiso (PR). Ex-vice governador do MT ocupou a Secretaria do Meio Ambiente. Seu atual mandato de senador vai até 2027. Antes foi presidente da Aprosoja do Mato Grosso e hoje cursa Tecnologia em Gestão Pública na Unigran (Dourados).

TUCANOS ARREPIADOS:  O PSDB  retruca na mídia e busca a justiça contra a adoção do termo ‘golpe’ pelo   Planalto  ao se referir ao impeachment da ex-presidente Dilma. Aliás, essa guerra cultural propagandista do novo Governo cheira ranço.   Os tucanos lembram que o processo obedeceu aos trâmites constitucionais e citam o artigo 37 – parágrafo primeiro da Constituição na sua defesa. Aguarda-se novos episódios.