“Brasil voltou para o jogo democrático e voltou a pensar grande”, diz Fernando Haddad em Davos

Ministro da Fazenda participa de reuniões bilaterais e, ao lado da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, tranquiliza a comunidade internacional em relação aos ataques do dia 8 de janeiro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou, nesta terça-feira (17.01), de três reuniões bilaterais prospectivas, realizadas com o intuito de fechar parcerias, no segundo dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Ao final do encontro, ele conversou com jornalistas brasileiros que estão na Europa para a cobertura do evento.

Fernando Haddad se encontrou com representantes do governo do Reino da Arábia Saudita e tratou da possibilidade de parcerias público-privadas e sobre temas ligados a futuras concessões. “Eles estão atentos a todos os editais de parcerias que o Governo Brasileiro e estados e municípios vão lançar no próximo período e isso é bom, porque é um volume de recursos disponível para investimento muito importante”, detalhou.

O ministro também reuniu-se com representantes da Open-Society, quando tratou de uma agenda voltada para temas do meio ambiente e questões democráticas, e participou ainda de uma reunião com representantes da Eurásia, ocasião em que foram discutidas temas afetos à questões geopolíticas, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a questão da guerra na Ucrânia e as possibilidades brasileiras nessa disputa internacional pela indústria e por comércio.

Segundo Haddad, as três reuniões tiveram como objetivo “recolher informações sobre como o Brasil pode se colocar para atrair investidores e retomar o crescimento”. O ministro lembrou que participou das reuniões bilaterais do presidente Lula tanto no Egito, durante a COP 27, quanto no Brasil, durante a transição. “Particularmente, com John Kerry (enviado especial para o clima dos Estados Unidos na COP 27) e com Jake Sullivan (Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos), eu participei das duas reuniões, que foram muito produtivas”, ressaltou.

“Foi um alinhamento importante para os Estados Unidos no ponto de vista da defesa da democracia e da questão ambiental. São dois temas muito relevantes. Para o Brasil, esses são dois temas cruciais. Mas a questão da retomada do crescimento para nós é essencial: Qual o lugar que o Brasil vai ocupar nesse contexto em que há uma disputa internacional por investimentos como há muito tempo não se vê”, disse o ministro

“Eu recebi insumos sobre com quem dialogar tanto no governo americano quanto no mundo asiático para que à América Latina seja reservada uma parte da indústria do mundo e em que setores nós podemos nos reindustrializar”, prosseguiu o ministro. Como exemplos, ele citou a indústria automobilística de última geração, o motor híbrido do hidrogênio verde e o etanol.

O ministro da Fazenda ainda confirmou aos jornalistas que deverá acompanhar o Presidente Lula durante visita dele aos Estados Unidos, no próximo mês, caso assuntos econômicos sejam tratados.

Ao final da conversa com os jornalistas, Fernando Haddad disse que ficou surpreso com o grau de preocupação da comunidade internacional diante dos atos antidemocráticos do último dia 8 de janeiro em Brasília.

“Eles estão muito chocados com o que aconteceu e, de certa maneira, aliviados pelo fato de a resposta ter sido pronta e consistente. Mas ficaram todos muito preocupados com o que viram pelos meios de comunicação. Uma das razões pela qual eu vim para cá com a Marina Silva foi justamente tranquilizar a comunidade internacional de que o Brasil está funcionando, voltou para o jogo democrático e voltou a pensar grande, voltou à mesa das grandes nações que buscam o desenvolvimento com justiça social e liberdade civis e políticas”, encerrou.

Assistente de comunicação social do Ministro da Economia

Chico Prado – Ascom do Ministério da Fazenda