Dois meses após atentado em Costa Rica, mecânico não resiste e morre em hospital

Wenderson Lima, mais conhecido como “Miquim”, de 40 anos, não resistiu ao atentado que sofreu há um mês, após ser alvejado com três tiros no bairro São Francisco, em Costa Rica (MS).

A vítima era casada e deixou dois filhos pequenos. Segundo o site MS Todo Dia, a esposa de “Miquin” muito abalada relatou que agora o marido descansou e que ele vinha sofrendo muito nos últimos dias. No momento, o corpo aguarda liberação para ser encaminhado ao município de Costa Rica para o velório.

O crime

Foto: Ynove Notícias

O mecânico saía do serviço com sua motocicleta, quando por volta das 12h40 a vítima seguia pela Rua Onze de Outubro e no cruzamento com a Rua Francisco Martins foi ferido pelos disparos. O autor fugiu em seguida sentido Chapadão do Sul.

Familiares disseram no dia à polícia que desconheciam qualquer desafeto do mecânico, que foi socorrido pela sua esposa até o hospital da cidade e depois encaminhado em vaga zero para Santa Casa devido à gravidade dos ferimentos.

Autor preso no MT

O autor-executor do crime foi preso no dia 21/11/2022  pela Polícia Civil de Costa Rica, no estado do Mato Grosso, na cidade de Alto Araguaia. Ele confessou que  já havia recebido R$ 2400 para atirar, e receberia mais R$ 15 mil.

A Polícia Civil de Costa Rica fez o transporte do autor da cidade mato-grossense, após ele ser identificado e preso. Segundo explicado pelo delegado Caique Ducatti, o homem preso hoje confessou que conheceu o mandante – o empresário João Batista Alves, conhecido como “João TJ” – em uma clínica de reabilitação de Costa Rica. O empresário foi encontrado morto em sua fazenda três dias após o crime e a Polícia Civil registrou o caso como suicídio.

“O mandante prestava serviços comunitários pois ele foi preso há quatro anos por porte ilegal de arma de fogo aqui na região. O executor, que foi preso hoje, também estava internado nessa clínica para fazer tratamento contra dependência”, explica o delegado.

Há cerca de um mês os dois começaram a conversar e o mandante, segundo o executor, tentava o instigar falando que precisava que ele cometesse um crime contra um funcionário, pois eles tinham uma desavença. Ainda conforme relatado em depoimento do preso, o mandante teria “taxado a vítima como traficante, pessoa que não valia nada e que estava ameaçando a família dele”.

“Nós deixamos bem claro para o executor que a vítima é uma pessoa honesta, que trabalha. Nesse momento, o executor começou a chorar, disse que não sabia disso e falou “tomara que ele esteja vivo, porque eu realmente achava que ele era um traficante e por isso topei fazer o serviço””, relatou o delegado.

A briga entre autor-mandante e vítima começou devido a um desentendimento na relação de trabalho. O empresário teria, inclusive, fornecido a arma utilizada no crime. Após alta médica da vítima, ele deve ser ouvido na delegacia para prestar maiores esclarecimentos.

Mais de 60 anos de condenação

Ainda conforme explicado pelo delegado Caique Ducatti, o autor-executor tinha mais de 60 anos de condenação por crimes praticados anteriormente no estado do Mato Grosso, e havia cumprido 15 na prisão. Atualmente, ele estava no regime semi-aberto. “É importante deixar claro que ele [o autor] não é de Costa Rica. Ele veio de Rondonópolis há dois anos fazer tratamento nessa clínica, e inclusive acabou conseguindo um emprego no local, fazia a gestão e tomava conta de lá”, detalha Caique.

O autor preso na segunda-feira (21) teve a prisão preventiva decretada e o inquérito policial tem o prazo de 10 dias para ser encerrado. Posteriormente, será comunicado para o Judiciário para que ele passe por julgamento no Tribunal do Júri. A pena varia de 12 a 30 anos de prisão, segundo o delegado, e deve ser cumprida parte em Mato Grosso do Sul e parte no estado vizinho, uma vez que o autor ainda tem pendências com a justiça mato-grossense. ( Por: Danielle Matos, Midiamax)