DENGUE: diagnosticados casos do tipo 2 em Chapadão do Sul

A crescente no número de casos de dengue em Mato Grosso do Sul preocupa. Ao menos 38 municípios do Estado apresentam alta incidência da doença (acima de 300 casos por 100 mil habitantes) e mais duas mortes foram confirmadas e uma está sendo investigada. Para o Ministério da Saúde, a situação é de epidemia.

Segundo boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (24) pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), os dois óbitos foram registrados na cidade de Sonora, a 364 quilômetros da Capital. O município possui 810 casos notificados. As outras duas mortes ocorreram nos municípios de Corumbá e Paranhos e um caso está sendo investigado em Aparecida do Taboado.

Conforme os dados da SES em menos de 10 dias o número de casos subiu de 13.702 para 15.881. Ao todo 38 municípios estão com alta incidência da doença ( acima de 300 casos para 100 mil habitantes).

A situação mais preocupante continua sendo do município de Iguatemi com 1.267 casos registrados, números considerados “elevadíssimos”.

Os casos em Campo Grande também cresceram. A incidência passou de moderada (100 a 300 casos por 100 mil habitantes) para alta e 3.263 casos foram notificado, aproximadamente 400 casos a mais do que os apresentados no último boletim.

O que mais preocupa as autoridades em saúde é de que na Capital a maioria dos casos notificados é da dengue tipo 4, vírus em que a maior parte da população não está imune. Assim como na cidade de Ponta Porã, onde 102 casos da doença foram notificados.

Nos municípios de Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul, Parnaíba e Selvíria foram diagnosticados casos do tipo 2 da doenças, no demais municípios a incidência ainda é do tipo 1.

Conforme o médico infectologista Rivaldo Venâncio explica que existem quatro tipos do vírus da dengue: O DEN-1, o DEN-2, o DEN-3 e o DEN-4.

“Causam os mesmos sintomas. A diferença é que, cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele. Ou seja, na vida, a pessoa só pode ter dengue quatro vezes”, diz.

“Em termos de classificação, estamos falando do mesmo tipo de vírus, com quatro variações. Do ponto de vista clínico, são absolutamente iguais, vão gerar o mesmo quadro”, esclarece o médico.

A explicação do problema provocado pelo vírus 4 está no sistema imunológico do corpo humano. Quem já teve dengue causada por um tipo do vírus não registra um novo episódio da doença com o mesmo tipo. Ou seja, quem já teve dengue devido ao tipo 1 só pode ter novamente se ela for causada pelos tipos 2, 3 ou 4.

Apesar da crescente e do parecer do Ministério da Saúde, o Governo alega que o Estado ainda não está vivendo uma epidemia, mas reconhece a necessidade de intensificar o trabalho junto aos municípios mais afetados para evitar situações como a vivida em 2013 onde o Estado enfrentou a maior “crise” da doença com cerca de 102 mil casos.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), em parceria com a Secretaria de Obras, também intensificou os trabalhos de orientação e limpeza em áreas verdes e terrenos espalhados pela Capital para controlar os níveis de infestação do mosquito transmissor da doença.

Escrito por  Michel Faustino, Campo Grande News