Conselho se posiciona a favor da desburocratização para aprovação de agroquímicos

Em 2022 a lei dos pesticidas foi um dos principais assuntos do agronegócio brasileiro. Projeto de lei, que entre outras ações, centraliza no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tarefas de fiscalização e análise de agroquímicos chegou a ser aprovado pela Câmara dos Deputados. O ano, contudo, deve acabar com o tema emperrado em comissão do Senado.

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Diante da possibilidade de o assunto voltado às questões e regularização dos pesticidas voltar a ser discutido pelo Congresso Nacional no primeiro trimestre de 2023, o Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) se posicionou. Em material divulgado neste mês, a entidade afirma: “é a favor da celeridade na aprovação de novos agroquímicos que à luz do conhecimento científico sejam seguros para o ambiente, consumidor e agricultor.”

Para o membro do CCAS e professor associado da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Caio Carbonari, moléculas modernas de defensivos agrícolas garantem maior eficácia no controle de pragas. Com isso, ele explica que o uso correto dos agroquímicos não oferece riscos à saúde do consumidor.

“É preciso lembrar que agroquímicos são usados e avaliados conforme a necessidade em cada país” — Caio Carbonari

“O Brasil é membro do Codex Alimentarius, programa da ONU que estabelece limites seguros de resíduos nos alimentos”, comenta o professor. “O Brasil não usa produtos proibidos no mundo e, do outro lado, a Europa usa produtos que não têm registro nem uso no nosso país. É preciso lembrar que agroquímicos são usados e avaliados conforme a necessidade em cada país. Além disso, podem ser reavaliados e proibidos a qualquer momento se houver necessidade”, detalha Carbonari.

Professor defende uso de agroquímicos

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Foto: Valtra/divulgação

Caio Carbonari diz que o uso de agroquímicos e novas moléculas também traz benefícios ambientais. De acordo com ele, eles ajudam a elevar a produtividade agrícola com menores doses de aplicação. “A questão não é evitar ou não agrotóxicos, mas como usá-los e torná-los cada vez mais seguros”, explica, conforme divulgado pela equipe de comunicação da CCAS.

“Os produtos mais recentes são mais seguros para o consumidor. Retardar a chegada disso ao mercado não faz sentido” — Caio Carbonari

Segundo o professor, a dose média de aplicação de agroquímicos lançados nas lavouras brasileiras nas décadas de 1970-1980 caiu 88% em comparação com a dos últimos dez anos. “Os produtos mais recentes são mais seguros para o consumidor. Retardar a chegada disso ao mercado não faz sentido e temos oportunidade de mudar isso com nova lei em tramitação no Senado Federal.”

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