Vereador de Itajá é preso suspeito de atirar em cachorro de criança de 2 anos

Delegado explicou que Heder Cruvinel foi detido por maus-tratos, crime que é inafiançável. Em depoimento, parlamentar disse que atirou para proteger criação de porquinhos-da-índia, que teria sido atacada.

O vereador Heder Alves Cruvinel (PSDB) foi preso na terça-feira (6) suspeito de atirar no cachorro de uma menina de 2 anos, em Itajá, no sul de Goiás. A avó da criança contou que a neta chora muito com medo de o animal morrer. O cachorro ficou cego de um olho e está internado numa clínica para se recuperar.

O advogado Paulo Assis, que defende o vereador no processo, disse em nota que o disparo se deu em momento de desespero, porque o cachorro atacava uma criação de porquinhos-da-índia do parlamentar, dentro da casa dele (leia a íntegra ao final).

O delegado que investiga o caso, Nicolas Alvarenga, explicou que o vereador foi preso por maus-tratos, crime inafiançável e que prevê pena de 2 a 5 anos de prisão.

“Em depoimento, ele disse que atirou para proteger uma criação de porquinhos da índia, que teria sido atacada pelo cachorro. Aparentemente foi usada uma arma de chumbinho, que foi encaminhada para perícia”, explicou o delegado.

 

O laudo de atendimento assinado por uma veterinária relata que o cachorro deu entrada na clínica com trauma na face e sentindo muita dor. O quadro do animal pode, inclusive, evoluir para uma cirurgia de retirada do olho esquerdo.

A Câmara de Vereadores informou em nota que não foi comunicada oficialmente. “Por outro lado, não tivemos acesso ainda ao Auto de Prisão em Flagrante, de maneira que a Câmara somente vai se posicionar após tais medidas”, diz a nota.

Nota de defesa

Héder Alves Cruvinel foi preso, em flagrante delito, mediante a acusação de maus-tratos a um cachorro que lhe era estranho.

O ato do disparo, aliás, feito por arma de pressão, deu-se em momento de desespero, visto que o animal estava a atacar a criação de porquinhos da Índia do acusado, dentro do quintal da sua residência e se recusava obedecer os comandos e gritos de desespero, de forma que, para que parasse o ataque, o acusado, num gesto incontido e impensado, disparou na direção do animal, tendo a infelicidade de alvejá-lo, inclusive próximo ao olho, mesmo assim, 13 dos porquinhos foram mortos.

O cachorro está em tratamento, cujas despesas serão custeadas pelo acusado. O acusado está a esperar pela designação de audiência de custódia, na qual vai requerer a sua liberdade provisória, com ou sem fiança, visto que as hipóteses de prisão preventiva não se fazem presentes, porquanto ele é primário, portador de bons antecedentes, tem residência fixa e emprego certo.

 

Por Rafael Oliveira e Romero Rezende, g1 Goiás e TV Anhanguera