Apreendido em Rio Brilhante durante investigação de homicídio em Maracaju, o fuzil, arma propícia para assalto a banco, estava em imóvel de preso que veio do Espírito Santo e chamou atenção na cidade pequena, com 38 mil habitantes.
A casa – a 76 km do município onde Elias Antônio Oliveira, de 55 anos, foi assassinado – se tornou alvo justamente porque um dos suspeitos pela execução também é do Estado da região Sudeste do Brasil.
De acordo com o delegado Pedro Paiva, havia informações de que os autores do crime estavam no imóvel.
“Deslocamos a equipe de Maracaju para Rio Brilhante e, por conta do flagrante delito que ainda encontrava-se, haja vista que a polícia estava em diligência ininterrupta, adentramos a casa e acabamos encontrando o fuzil. A princípio, imaginamos que os assassinos poderiam estar lá. O dono da residência é do Estado do Espírito Santo e havia saído do presídio de Dois Irmãos mais ou menos no mesmo período que um dos foragidos, que também é do Espírito Santo. De toda forma, a diligência foi bem sucedida, sendo que tiramos um fuzil de guerra, usado para assaltar banco, das mãos dos criminosos”.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, Lucas Ribeiro Santos (natural do Espírito Santo) e Rayque Eduardo Nascimento Brito, ambos com tornozeleira eletrônica, foram presos no sábado (dia 3). Ainda é investigado se há relação dos presos com os fugitivos.
“Está sendo investigado se os dois presos deram abrigo para os assassinos após a fuga”, afirma a delegada Gláucia Fernanda Valério.
Na última quarta-feira (dia 30), Elias Oliveira foi perseguido por homens armados com pistola e morto. A execução foi testemunhada por dois idosos, a quem a vítima chegou a pedir socorro.
Na cena do crime, foram recolhidas diversas cápsulas calibre 380, além da aliança de um dos assassinos. Os autores usavam tornozeleiras eletrônicas, que foram rompidas e abandonadas a 20 metros do imóvel onde Elias foi executado.
Vista aérea da região central de Rio Brilhante (Foto: Divulgação/Prefeitura de Rio Brilhante)
Vista aérea da região central de Rio Brilhante (Foto: Divulgação/Prefeitura de Rio Brilhante)
Surpresa – Rio Brilhante tem 38.884 habitantes e o achado de um fuzil chama a atenção.
Sem análise dos telefones celulares apreendidos, ainda é muito cedo para dizer se essa arma seria efetivamente usada para assalto a banco, mas há fortes indícios. Haja vista que em uma cidade pequena como Rio Brilhante é difícil achar até pistolas e armas curtas em poder de traficantes, quanto mais uma arma 762, que é praticamente impossível ser encontrada em cidades do interior. A não ser que seja usada para fins de roubos a bancos ou esse tipo de crime de maior potencial lesivo”, diz o delegado.
Defesa – De acordo com a advogada Marli Vieira Zanchetta, Lucas guardou o fuzil a pedido de uma terceira pessoa. No caso, um conhecido que havia brigado com a esposa e tinha receio de que a companheira chamasse a polícia para apreender a arma. Lucas está no semiaberto desde abril e trabalha como pedreiro.
Já Rayque estava em liberdade há quatro dias e foi morar no local por conta da necessidade de informar endereço fixo em Rio Brilhante. Segundo a advogada, ele não sabia do fuzil. A defesa nega que eles tenham prestado auxílio aos autores do homicídio em Maracaju. Os dois vão passar por audiência de custódia ainda neste domingo.
Aline dos Santos CGnews