Estratégias para a efetivação do projeto de enfrentamento à dependência química junto a custodiados da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) foram discutidas recentemente com diretores e equipes técnicas dos presídios de regime fechado de Paranaíba e Cassilândia.
A chefe da Divisão de Promoção Social da Agepen, Alessandra Siqueira, esteve nos dois municípios falando sobre o “Projeto Unificado para o Enfrentamento da Dependência Química no Ambiente de Cárcere”, que busca o enfrentamento do problema de forma padronizada em presídios de Mato grosso do Sul, uma das metas da Agepen para este ano. A visita foi acompanhada pela Chefe da Divisão de Educação da Agepen, Rita de Cássia Argolo, pela assistente social Renata Peixoto e pela psicóloga Maria Conceição Jorgino.
Segundo Alessandra, o Estabelecimento Penal de Cassilândia (EPCas) já apresentou o primeiro relatório quantitativo de dados acerca da temática.
Conforme a psicóloga que atua no EPCas, Bruna Pimenta, o levantamento demonstrou que 31,3% dos custodiados do local são dependentes químicos. “Essa problemática será arduamente trabalhada para a superação desta realidade”, garantiu.
Já a assistente social Maristella Soares relatou que 74,5% dos entrevistados afirmaram ter a compreensão de que as drogas, de maneira direta ou indireta, contribuíram para sua situação de cárcere. “Esse motivo, por si só, já demonstra a importância de tal trabalho interventivo”, defendeu.
No Estabelecimento Penal de Paranaíba, o psicólogo André Luiz Custódio afirmou que já está sendo concretizada a parceria com uma psicóloga que desenvolve trabalhos na área de dependência química. “Ações de sensibilização da problemática já começam a serem desenvolvias no estabelecimento prisional”, informou durante o encontro.
Nesse contexto, a chefe da Divisão de Educação, Rita de Cássia Argolo, propôs para o assunto também seja discutido nas salas de aula, pois “é fundamental que o tema seja abordado sob diversos aspectos”.
Projeto
A padronização da assistência à dependência química em presídios tem como norteador o projeto “Recomeçar”, que desde 2012 ajuda internos do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) a superar o vício das drogas, explica do diretor de Assistência Penitenciária da Agepen, Gilson Martins.
Para o diretor-presidente da Agepen, a proposta é muito importante já que tem o intuito de sistematizar as ações e normatizar os critérios e metodologias, de forma a possibilitar que o interno, mesmo quando for transferido para outro Estado ou obtiver sua progressão de regime, possa dar continuidade ao acompanhamento de suas fragilidades com as drogas.
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