No dia do aniversário, paciente terminal ganha festa da equipe e se despede de forma emocionante em MS

O dia 10 de outubro de 2022 foi diferente de todos os outros anos para Zilda Verdum Vianna. Ela pode celebrar junto a equipe multiprofissional da Unidade de AVC (Stroke) seu aniversário. Longe dos planos esperados para a data, devido a condição clínica e avanço da doença, seguido de dias de grandes desafios, isso não impediu que a oportunidade passasse despercebido pelos profissionais que acompanharam seu caso. E como em um piscar de olhos, mobilizaram uma ação para prestar ali com a família um momento de alegria e conforto.

Matheus Vieira Lima, enfermeiro na unidade da Santa Casa de Campo Grande, recorda que a paciente chegou no setor no início do mês e estava consciente e se mantendo em pé e conversando com a equipe. “Por maior que fosse a complexidade da situação clínica, ela se manteve sorridente, conversando com a enfermagem, elogiando a equipe e sempre muito educada e agradecida por tudo e todos”, disse.

Já no plantão seguinte, o AVC teve uma progressão muito importante e ela acabou tendo uma deterioração clínica a ponto de reduzir o nível neurológico e começar a ter descompensação respiratória. Conforme informada por ela ao enfermeiro, quando a mesma estava lúcida, optou por não ser intubada ou ficar em uma cama o resto da vida. “Ela preferia que Deus a levasse sem necessidade de entrar com medidas invasivas”, lembrou.

Desacreditados na mudança repentina da situação clínica em que ela se encontrava, tendo em vista que um plantão antes ela estava conversando com todo mundo, o profissional reuniu a equipe e tiveram a ideia de fazer algo para celebrar junto da família que ali estava com a paciente, na data de seu aniversário. O intuito era trazer um pouco de alegria e conforto e de tentar mostrar que a enfermagem está presente e sensibilizada com a situação da paciente.

“Nesse dia ela estava completando seus 71 anos, e infelizmente já viria a óbito nas próximas horas devido a evolução negativa do caso. Mas queríamos, naquele momento, manter a alegria, o carinho e o acolhimento que a paciente tinha em seu momento de orientação antes da progressão da doença”, destacou o enfermeiro Matheus.

Então, rapidamente a equipe montou algo simples, um bolo singelo com velinhas rosa dando referência aos 71 anos de Zilda. O profissional pegou o violão, juntou parte da equipe em uma espécie de “ensaio rapidinho” e música Noites Traiçoeiras, conhecida na versão do padre Marcelo Rossi, porque segundo o Matheus, o que acalentaria a família nesta situação seria o trecho que diz O mundo pode até fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo. “Isso para poder dizer o quanto ela era sorridente no dia que chegou e nós a conhecemos”, completou.

A família ficou muito agradecida e não esperava aquela ação da equipe. Daniella Verdum Vianna, filha de Zilda, contou que todos os anos havia uma comemoração, mas neste não havia se pensando em nada devido a situação agravante, mas que os profissionais adivinharam e conseguiram fazer daquele momento mais especial. “Fiquei muito emocionada pela homenagem que equipe fez pela mãezinha, agradeço muito pelo carinho e atenção que todos tiveram comigo e com ela nesses dias. Peço que Deus abençoe grandemente toda a equipe”, afirmou Daniella.

Ainda sob efeito “anestésico” que a ação proporcionou a todos os envolvidos naquele dia, o enfermeiro lembra que tanto a família, quanto a equipe não conseguiram segurar as lágrimas. “A filha falou que vai fazer um quadro das velinhas para sempre lembrar do que fizemos. E nós ficamos muito felizes por ter contribuído, mesmo com o pouco”, disse Matheus. E Daniella reforçou o significado da ação para sua mãe. “Trouxe as velinhas para guarda de lembrança e eu sei que, onde estiver, ela ficou muito feliz pela homenagem linda que vocês fizeram”.

 

Por ASCOM Santa Casa de Campo Grande