Surto da ‘mosca-do-estábulo’ na região da Mateira é discutido em reunião

Após a confirmação de um surto de ‘mosca-do-estábulo’ ( (Stomoxys calcitrans), na região do Assentamento Mateira, onde é cercada por plantações de cana-de-açúcar, o vereador Antônio Luiz Soares, o Tuta (PSDB), atendendo um pedido dos pequenos produtores rurais do assentamento, convocou uma reunião, juntamente com a diretoria da IACO Agrícola, para debater o tema.

A reunião foi realizada nesta segunda-feira(17) na sede da indústria IACO, onde o vereador Tuta e alguns representantes do Assentamento Mateira, juntamente com o engenheiro Agrônomo da SEDEMAT (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Turismo), Alexssandro Rocha e os produtores rurais: Senhor Valdir do lote 45 e Senhor ‘Fiote’, do ote 38, foram recebidos cordialmente pelo superintendente da IACO Agrícola, Edson Rocha, pela engenheira Sanitarista e Ambiental, Maria Fernanda Cabral , pelo engenheiro Agrônomo, Anibal Quadrado e a gerente de Recursos Humanos, Luslei Constantino, onde o tema foi discutido amplamente.

Uma cartilha informativa de prevenção e controle contra a “mosca-do-estábulo “, foi apresentada pela IACO, onde constam várias informações úteis para o controle da praga.

Com o surto, as moscas estão atacando o gado e os animais domésticos de vários pequenos produtores rurais no assentamento Mateira.  (Conforme fotos abaixo).

Preocupados com a situação, os produtores procuraram ajuda do vereador Tuta, para que intercedesse junto à IACO Agrícola, a agenda de uma reunião para discutir o assunto, pois o plantio de cana-de-açúcar pertence à usina, onde a maioria desta praga se reproduz.

A mosca-dos-estábulos é um tipo de mosca que se alimenta do sangue de animais de animais, tornando suscetível a doenças, causando feridas, transmitindo doenças e até levando a morte.

Os surtos aumentam devido à expansão da produção de cana-de-açúcar e pela proibição de sua queima. O inseto, que antes botava seus ovos na palha seca umedecida por fezes e urina dos animais nas áreas de alimentação e abrigo, encontrou no material descartado na colheita da cana local propício para se reproduzir.

Pesquisas recentes mostram que a torta de filtro (resíduo sólido da filtragem do caldo da cana-de-açúcar) e a palha da cana misturada com a vinhaça ou vinhoto (resíduo da destilação do caldo fermentado durante a produção de álcool) são os principais locais de desenvolvimento e multiplicação de moscas nas referidas lavouras de cana-de-açúcar.

Surtos da mosca-dos-estábulos também podem ocorrer sem a participação das usinas canavieiras. Resíduos de suplementação alimentar (ração, silagem, feno, etc.), misturados com dejetos animais, são excelentes ambientes de desenvolvimento da mosca nas propriedades rurais, proporcionando a infestação dos rebanhos e servindo de fonte de dispersão das moscas para multiplicação nas lavouras de cana pós corte.

Ações recomendadas para controle da população das moscas dos estábulos:

1. De modo geral, boas práticas sanitárias devem ser adotadas na propriedade. A higiene local através da limpeza sistemática de dejetos animais e resíduos alimentares é fundamental, principalmente em sistemas de confinamento e produção leiteira;

2. Após sua remoção, dejetos e resíduos orgânicos devem ser adequadamente armazenados e tratados (compostagem);

3. A utilização de cal virgem nesse material é uma prática que tem se mostrado eficiente, pois cria um ambiente inadequado para o desenvolvimento das larvas;

4. Recomenda-se, sempre que possível, cobrir o material com plástico/lona preta para matar as larvas existentes e impedir novas posturas;

5. Eliminar o uso de cama de frango em áreas consideradas de risco (entorno de usinas sucroalcooleiras). Outros adubos orgânicos devem ser evitados e sua utilização deve ser monitorada com relação à presença de larvas;

6. Evitar o acúmulo de umidade próximo a locais de armazenamento de resíduos e dejetos, realizar a drenagem do terreno, eliminar vazamentos nos bebedouros, reservatórios de água e eliminar a água de esgotos caseiros;

7. Utilização de armadilhas de moscas (armadilha de bola), recomendadas pela EMBRAPA, para o monitoramento e captura massiva dos espécimes adultos;

8. Fazer monitoramento contínuo da população de moscas na propriedade rural; e

9. Usar, quando necessário, inseticidas que sabidamente tenham eficácia comprovada, na dosagem correta, com origem reconhecida e registro específico para utilização em animais.

Uma sugestão é realizar a compostagem dos resíduos, com posterior utilização como adubo. Ações complementares incluem também o controle de vazamentos e drenagem do terreno para evitar empoçamentos, particularmente próximos a cochos. Estas medidas são de baixo custo e contribuem significativamente na redução da população da mosca-dos-estábulos.

 

bnc