BOMBA! Testemunhas rebatem versão de motorista em acidente da BR-158

O acidente que terminou na morte de Cristiane da Silva Reis, 36, ocorrido na manhã desta quarta-feira (02), por volta das 6h40, no km 113, da BR-158, não aconteceu da forma como foi relatado pelo motorista da carreta, Denilson Aparecido Miguel, à PRF (Polícia Rodoviária Federal) e noticiado na imprensa de Paranaíba. Isso é o que garantem duas testemunhas do fato, o pedreiro e músico Valdemir Batista de Souza, 36 e o patrão de nome José Maria.

Valdemir entrou em contato com o Interativo esta noite de quarta-feira (02) e, ainda muito abalado com o ocorrido, após presenciar tudo, afirmou que o acidente foi por total irresponsabilidade do motorista e classificou como “inexplicável”, o que o condutor do bi-trem fez, já que, conforme a testemunha, trafegava no mesmo sentido e poucos metros atrás da carreta que vitimou Cristiane.

Segundo Valdemir, Cristiane, que conduzia uma moto Titan Azul (e não Biz, como fora registrado), estava dando seta para a esquerda para entrar na fazenda, momento em que a carreta teria tirado para ultrapassagem, portanto na segunda faixa. Porém, a testemunha afirmou que não tinha a quem ultrapassar, momento em que o condutor teria se dado conta que iria atropelar a vítima, teria ido então à terceira faixa. “Hora que vi pensei ‘ultrapassando na faixa continua, em cima das tartarugas. Esse cara deve tá louco, drogado ou bêbado”, disse Valdemir a José Maria, no momento.

Após ir à terceira faixa, continuou a testemunha, o condutor teria percebido que não daria tempo, então teria tentado voltar à segunda. Entretanto, após desviar frontalmente, a lateral esquerda da carreta chocou com a vítima, que ainda foi atropelada por parte do veículo. “Ele devia estar a 140 [quilômetros por hora]. Estava tentando ultrapassar essa carreta a uns dez quilômetros e teve momento que vi no velocímetro eu estava a 110 e ele bem à frente, muito rápido”, afirmou.

Conforme Valdemir, a carreta estaria tão rápida na hora do choque, que só conseguira parar nas proximidades da ponte. Quanto ao fato de virem veículos na direção contrária, a testemunha afirmou que realmente vinham dois veículos, porém estavam muito distantes, sem qualquer possibilidade de justificar a atitude do motorista do caminhão. “Ela deu seta uns 50 metros. Os outros [que trafegavam na direção contrária] estavam longe. Ele não deu nem seta, jogou o cavalo duma vez. Eu estava atrás, eu vi tudinho. Nunca vi um trem daquele. Eu dirijo desde os meus 18 anos. Aquele cara é um louco. Se mais alguém visse ele ia ser linchado. Vamos comprar a briga e o que for, isso não é desse jeito”, contou Valdemir.

Socorro

Ambas as testemunhas foram quem socorreram a vítima. De acordo com Valdemir, ela ainda estava com sinais vitais e teria reclamado de dor. Como o sinal do celular não pegava, Valdemir disse que foi até a região mais alta e conseguiu ligar para o Corpo de Bombeiros, que, segundo ele, veio com agilidade. “Aí começaram a parar os carros e vir mais gente”, contou.A testemunha disse ainda que a carreta estaria tão rápida que o motorista apareceu muito tempo depois, por ter conseguido para somente nas proximidades da ponte.

Revolta

Muito chocado com tudo que ocorreu, Valdemir disse que ele e José Maria estavam voltando à cidade quando ouviram na rádio local a versão do acidente. “Ficamos indignados, porque não foi nada daquilo que ele falou para a polícia. E decidimos ir até o fim. Tem que prender um covarde desse, sou cidadão pai da família. Esses caras não respeitam ninguém”, concluiu Valdemir, que disse ter ido à Polícia Civil junto a José Maria prestar depoimento e contar a versão que viram.

Emoção

Valdemir contou que está muito mal com tudo e disse que chorou muito diante todo o depoimento sobre o que aconteceu. “Eu vi tudo, fiquei com pena dela. Uma trabalhadora, que ajudava o marido em casa, dois filhos e vem um irresponsável e faz uma coisa dessa”, concluiu.

O Acidente

Cristiane trafegava no sentido Paranaíba a Aparecida do Taboado, com uma moto Honda Titan, placa HRT-1634, quando no momento em que foi fazer a conversão para entrar na Fazenda Prata, local onde trabalha, cruzou a rodovia em ritmo lento e foi surpreendida por um carreta bi-trem, placas CLU-6995, Adamantina-SP, conduzida por Denilson Aparecido Miguel que vinha logo atrás. Ela morreu horas depois na Santa Casa de Misericórdia de Paranaíba.

Fernando Murillo
 – interativo