Vazio sanitário termina nesta quinta em MS e MT e permite iniciar plantio da safra nova de soja
O plantio da safra de soja 2022/2023 está começando em algumas regiões do Brasil. Com o fim dos períodos de vazio sanitário, medida necessária para evitar a propagação da ferrugem asiática, as máquinas já podem ser colocadas no campo para semear o que, de acordo com as projeções iniciais, pode ser uma nova safra recorde.
No Paraná, o vazio sanitário – período em que não pode haver plantas de soja no campo – terminou no último sábado (10/9). De acordo com a consultoria AgRural, agricultores das regiões oeste e sudoeste do Estado já começaram a plantar soja, aproveitando bons níveis de umidade no solo.
Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, um dos maiores produtores nacional do grão, o vazio sanitário termina na próxima quinta-feira (15/9). No entanto, segundo a AgRural, o plantio não deve começar de imediato. Os produtores do estado ainda aguardam melhora nas condições climáticas, pois as temperaturas estão altas e a umidade do solo ainda é baixa no Estado.
Em seu boletim da semana passada, divulgado na segunda-feira (5/9), o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o plantio só deve começar depois da ocorrência de volumes de chuva acima dos 10 milímetros.
Com base em dados do sistema TempoCampo, o Imea informou que a previsão para os próximos 30 dias era de 25 milímetros a 30 milímetros. Os maiores volumes, de acordo com o Instituto, podem ser registrados nas regiões norte, noroeste e em parte do médio-norte do Estado.
“A confirmação desse cenário poderá auxiliar o desenvolvimento inicial das plantas e favorecer a janela de cultivo para as culturas de segunda safra. Por outro lado, é importante ressaltar que neste ano o estado está sob influência do fenômeno “La Niña”, que tem como característica atrasar as precipitações em MT”, avaliou o Imea, uma semana atrás.
O instituto projeta uma produção de 41,51 milhões de toneladas de soja em Mato Grosso na safra 2022/2023, aumento de 1,62% em relação à temporada 21/22 (40,85 milhões de toneladas)
Chuva irregular
Nesta segunda-feira (12/9), a consultoria Rural Clima informa que a previsão é de “quase nada” de chuva para o Centro-oeste do Brasil. Segundo agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, se a chuva vier, será de curta duração e em áreas pontuais. A expectativa é de que a chuva volte gradativamente à região a partir da semana que vem.
Santos afirma que os modelos americano e europeu, que servem de referência de análise climática, divergem sobre essa ocorrência. O primeiro incida a perspectiva de chuvas mais irregulares em setembro. O segundo, mais generalizadas a partir da semana que vem. Ele acredita que a tendência é de se confirmar as previsões do modelo europeu
“Mas o fato é que as chuvas estão chegando e tudo está sinalizando, independentemente do modelo. Chuvas ocorrerão, sim. Mas tudo está prevendo que as chuvas ainda serão irregulares e devem se normalizar em meados de outubro. O plantio deve começar em várias áreas, mas de forma tímida e bem pontual”, avalia Santos.Na região Sul, a previsão é de áreas de instabilidade ganhando força já neste início de semana. Deve chover sobre o norte e leste do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e algumas áreas do Paraná. Os volumes não devem ser tão grandes, mas devem manter a umidade no solo, possibilitando o desenvolvimento das áreas de inverno e o plantio da safra nova.
“Ao longo desta semana, ovas áreas de instabilidade deverão se formar e novas chuvas deverão ser registradas sobre as mesmas áreas”, diz Santos, acrescentando que essa condição pode se estender até o Sul de Mato Grosso do Sul e ao Paraguai.
O agrometeorologista alerta, no entanto, que previsão para setembro ainda não indica uma regularidade do regime de chuva. Os volumes devem, em um primeiro momento, variar entre mais espaçados e mais generalizados, uma condição que deve se estender, ao menos, até o início de outubro. “Muito cuidado para iniciar o plantio da nova safra de soja. Mas é fato que, as chuvas, aos poucos, chegarão”, afirma.
*Globo Rural – Raphael Salomão