Diferença de produção entre milho e soja foi de três milhões de toneladas. Aumento da produção é decorrente ao incremento de 22% na área destinada ao cereal
A produção de milho em Mato Grosso superou a soja na safra 2021/22, atingindo 43,8 milhões de toneladas. É a primeira vez que o cereal ultrapassa a oleaginosa. O feito, verificado em nova revisão de perspectiva de safra, é decorrente ao incremento de 22,36% na área destinada ao cereal em relação ao ciclo 2020/21 e de 11,82% em relação a última projeção.
Os números constam na 12ª estimativa da safra de milho em Mato Grosso divulgada pelo Instituto Mato-grossense de Economia de Agropecuária (Imea).
O levantamento revela que na safra 2021/22 o milho superou a soja em três milhões de toneladas. Foram colhidas 40,8 milhões de toneladas da oleaginosa no estado no atual ciclo.
“Surpreendeu até os números que o mercado projetava. Assim como vimos na soja, o mercado acabou nos subestimando”, diz o superintendente do Imea, Cleiton Gauer.
De acordo com o levantamento, o resultado recorde da produção de milho em Mato Grosso é decorrente ao aumento de área destinada a cultura em 22% no comparativo com o ciclo 2020/21, quando 5,84 milhões de hectares foram semeados. Em relação a projeção anterior para a atual safra houve uma elevação de 11%.
Produtividade do milho em 102 sacas por hectare
A produtividade do milho, de acordo com o Imea, seguiu próxima do que já era esperada para a safra 2021/22 ficando em 102,23 sacas por hectare. Ao se comparar com a safra 2020/21 verifica-se um crescimento frente as 92,65 sacas registradas, entretanto em relação a primeira projeção para o ciclo 2021/22 observa-se quebra ante as 107,31 sacas durante o plantio.
O Imea destaca ainda que a escassez hídrica em grande parte do estado nos meses de abril e maio deste ano prejudicou o rendimento de todas as regiões frente ao que inicialmente era esperado. As mais prejudicadas foram as regiões centro-sul (92,26 sacas por hectare), sudeste (97,79 sacas por hectare), e oeste (98,37 sacas por hectare), as mais prejudicadas pelo corte de chuvas.
Entretanto, o novo levantamento de safra revela que a região médio-norte, conseguiu manter o maior rendimento dentre as demais, em 108,47 sacas por hectare, visto que, aproximadamente 95% das áreas dessa região foram semeadas na janela ideal de plantio, e alguns municípios receberam volumes de chuvas bem distribuídos no período de desenvolvimento das lavouras.
“O resultado obtido na região médio-norte auxílio para que a produção fechasse em 43,8 milhões de toneladas em Mato Grosso. Um incremento praticamente de 35% em relação ao ano passado e em torno de 12% a última estimativa que nós projetávamos”, salienta Gauer.
Na safra 2020/21 Mato Grosso colheu 32,5 milhões de toneladas. As projeções anteriores para o ciclo 2021/22 apontavam 39,1 milhões de toneladas.
Norte e nordeste se destacam com milho
Os maiores crescimentos foram nas regiões norte e nordeste do estado em termos de área. Somente a região norte apresentou um crescimento de 120% em comparação ao ano passado.
“Mostrando até a própria entrada da soja primeira safra e o milho logo na sequência, impulsionando esse cultivo na região”, explica o superintendente do Imea.
Apesar disso, a região oeste de Mato Grosso seguiu na contramão com redução de área e até mesmo reposicionamento do cultivo do algodão e outras áreas. Além disso, foi a que menor produtividade teve. “Consequentemente tivemos redução de produção nela”.
Canal rural Por Viviane Petroli, de Rondonópolis (MT)