Milho dos EUA só piora: Vem mais alta?

A qualidade das lavouras de milho norte-americanas caiu mais um ponto percentual, para 54% em boas e excelentes condições, aponta o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). De acordo com relatório de desenvolvimento divulgado nesta segunda-feira, 29 de Agosto, o cereal se encontra seis pontos percentuais abaixo em comparação ao ano passado.

 

Os analistas de mercado da Consultoria AgResource Brasil afirmam que a falta de chuvas e o calor prejudicaram o desenvolvimento das lavouras em momentos importantes, como o de reprodução e enchimento de grãos. “As perdas produtivas diante do impacto das adversidades climáticas na cultura do milho são mais difíceis de recuperação, mesmo diante de chuvas recentes, visto a grande importância no momento de polinização”, apontam.

De acordo com os especialistas, a estimativa de rendimento do milho da Tour Pro Farmer “chocou o mercado” por ter sido fixada em 175,8 sacas por hectare. “O calor e seca impactaram a safra das Planícies americanas em junho e julho, mas a AgResource duvida que o NASS irá cortar seu rendimento em setembro para esse mesmo valor. Acreditamos em um rendimento do milho entre 179,9 e 182 sacas por hectare para o final da contagem em janeiro”, afirma a filial da empresa norte-americana AgResource Company.

 

E O PREÇO?

As cotações do milho na Bolsa de Chicago atingiram os maiores valores dos últimos dois meses na abertura da semana. Segundo a equipe de analistas de mercado da Consultoria TF Agroeconômica, o prolongamento dos ganhos se devem a essaa projeções de produtividades inferiores ao ano passado e à média histórica nos EUA. “A estimativa de produção ficou bem abaixo do cenário proposto pelo USDA (349,5 milhões de toneladas vs. 364,7 milhões de toneladas)”, conclui a TF.

A AgResource acredita que o rendimento final dos EUA deverá ficar entre 179 a 182 sacas por hectare: “Mas até que dados objetivos de rendimento estejam disponíveis, a perda total de colheita de 3,8 a 11,4 milhões de toneladas está em jogo. O risco de alta de 15 a 40 centavos está intacto, mas os rally de preços impulsionados pela oferta devem ser recompensados com vendas”.

 

“Uma alta contra sazonal é provável assim que o relatório da safra de setembro do USDA for divulgado. Novas ameaças aos suprimentos da Ucrânia serão necessárias para sustentar a Bolsa de Chicago de dezembro acima de 7,25 dólares por qualquer período de tempo”, conclui a AgResource.

Loenardo Gottems