Impasse com Governo põe em risco serviço funerário no interior de Mato Grosso do Sul

Ao menos 10 empresas funerárias do interior de Mato Grosso do Sul, que são credenciadas para prestar serviços ao governo do Estado, alegam que estão sem receber por esses serviços desde janeiro de 2022.

Segundo a presidente da AFIMS (Associação das Funerárias do Interior de Mato Grosso do Sul), Elaine Cristina Zangerolami, as notas estão sendo enviadas no prazo correto e com toda documentação necessária, mas os pagamentos por parte da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), responsável pelo credenciamento, não é feito no tempo estipulado pelo contrato, que é de 30 dias após a entrega das notas.

“Os atrasos são até comuns, às vezes de 60 dias, mas tem muitas funerárias com débitos em atraso desde janeiro, mesmo com toda documentação correta”, diz a presidente.

A própria Elaine, dona de uma funerária credenciada em Chapadão do Sul, tem R$ 11,7 para receber. Os serviços prestados consistem no recolhimento de corpos envolvidos em crimes e acidentes e o transporte até o IMOL (Instituto Médico e Odontológico Legal).

“No meu caso o IMOL fica em Paranaíba, a 200 quilômetros daqui (Chapadão). Então tem o valor do nosso serviço e outro valor fixado por quilômetro rodado”, explica Elaine.

Situação semelhante é de Lucas Nalini de Souza, dono de uma funerária em Aparecida do Taboado. Só de notas de janeiro ele tem cerca de R$ 7,5 para receber. Se levar em conta todos os serviços prestados até o momento, Lucas alega que tem R$ 17,5 mil em aberto com Estado. “Eu deixo três agentes funerários disponíveis 24 horas por dia, mas a contrapartida não acontece”.

Risco de paralisação

Segundo Elaine, muitos donos de funerárias do interior estão procurando ela alegando que vão parar de atendar do Governo, mas ela está tentando dissuadi-los. “Muitas cidades têm apenas uma funerária credenciada. Se ela não prestar o serviço, quem vai? Então temos é que arrumar uma solução e não deixar de prestar o serviço. Não é o que queremos”, diz Elaine

O Midiamax solicitou um retorno da Sejusp, que alegou que algumas empresas tiveram problemas para receber “devido a emissão de notas fiscais com erros ou que apresentam ausência de regularidade fiscal, sendo que todas as funerárias nessas situações foram ou estão sendo convocadas para providenciarem a regularização e, aquelas que fizeram as devidas correções, as notas já estão no financeiro para pagamento”.

Elaine, no entanto, contesta essa alegação. “Eu diria que apenas 10% as funerárias que estão sem receber tiveram problema com a documentação, diferente do que diz a Sejup”, finaliza a presidente.

Lucas Mamédi midiamax